Revista Graphprint - Edição 189

Cenário GRAPHPRINT Jan/Fev 2019 42 Quarta revolução industrial vai mudar gestão das empresas Investir em tecnologia digital é uma necessidade vital para as indústrias e empresas brasileiras que não pretendem fechar as portas nos próximos anos OS EMPRESÁRIOS TÊM DE CONHECER AS TECNOLOGIAS E BUSCAR CONHECIMENTOS PARA PLANEJAR A DIGITALIZAÇÃO DE SUAS EMPRESAS COM OBJETIVO DE OTIMIZAR AS LINHAS DE PRODUÇÃO POR MEIO DA INTERAÇÃO DOS MUNDOS REAL E VIRTUAL É que a quarta revolução industrial, a chamada Indústria 4.0, avan- ça forte, em todo mundo, em um caminho sem volta da digitaliza- ção dos processos de produção. Entidades e especialistas apontam que todo o setor produtivo brasileiro terá de se adaptar aos novos conceitos da Indústria 4.0 e o passo inicial parte da gestão – a ad- ministração dos negócios. O gestor terá de escolher as tecnologias que melhor vão atender às necessidades de cada empresa. “Então, isso, obviamente, colo- ca desafios para as empresas da forma de se organizar. A forma de se organizar vai depender de cada empresa, da cultura de cada empresa, mas não é mais como funcionava antigamente”, disse o gerente-executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emílio Gonçalves. Quase 30% das indústrias brasileiras ainda não utilizam tecnologia digital, segundo pesquisa da CNI, realizada no início de 2018. O percentual deixa claro que parte do setor industrial do país ainda precisa se adequar. A transição da empresa tradicional para a Indústria 4.0 deve ser gradativa, de acordo com a capacidade de produção e investimen- tos de cada uma, priorizando a integração da tecnologia digital com as máquinas e equipamentos, por meio de sensores, softwares e robôs, por exemplo. “Haverá uma corrida maior pela introdução de tecnologias digitais, uma vez que isso vai garantir aumento de produtividade, aumento de entrega de valor para mercado, ou seja, produtos e serviços com maior valor agregado”, lembrou o professor do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Isidro. No entanto, a digitalização será ineficaz caso as empresas enfrentem problemas estruturais de produção, em desacordo com a filosofia da “Manufatura Enxuta”, que preza pela eficiência, pelo valor dos produtos e pela diminuição dos desperdícios, entre outras. Nesses casos, as empresas devem rever os processos da linha de produção antes de investir em tecnologia digital. “O que a gente diz é que não adianta você digitalizar um processo ineficiente. Ter essa base da Manufatura Enxuta, que gera por si só um ganho de produtividade muito grande, é uma etapa importante que as empresas precisam passar. Então, faz sentindo a gente pensar na Indústria 4.0 como um segundo passo, uma evolução em cima da Manufatura Enxuta”, conclui Gonçalves.

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