Revista Graphprint - Edição 189

Mercado GRAPHPRINT Jan/Fev 2019 40 Em 2025, serviços envolvendo inteligência artificial devem movimentar US$ 36,8 bilhões, segundo estimativas da Intel. Dados apontam que em 2016, Google, Facebook e a Microsoft investiram cerca de US$ 20 bilhões na área. No Brasil, os números são mais modestos. Neste ano, o Sebrae, que produziu relatório sobre o tema, projeta gastos de US$ 182 milhões com IA. Mesmo com investimentos mais tímidos, o Brasil é o segundo país do mundo que mais utiliza o Watson, motor de inteligência artificial da IBM. “As empresas brasileiras já entenderam que têm condições de utilizar a IA para melhorar seus negócios. Não são apenas as grandes, muitas startups uti- lizam o Watson”, destaca o líder de vendas da ferramenta no Brasil, Roberto Celestino. Cerca de 20 tipos de indústrias utilizam o Watson hoje. “No setor bancário, a BIA do Bradesco. Na educação, as universidades Anhembi Morumbi são outro exemplo. Instituições de ensino utilizam inteligência artificial para o relacionamento com o aluno ou para ajudar na jornada de estudos”. O Watson é o motor de inteligência artificial da IBM lançado em 2011. O computador enfrentou os dois maiores campeões de Jeopardy (programa de televisão de perguntas e respostas) e ganhou o desafio. A ideia básica da introdução de inteligência artificial é ajudar o ser humano em tarefas corriqueiras. “O Watson, por exemplo, tem condições de tomar melhores decisões que os seres humanos para produtividade. Ele analisa roti- na, tem parâmetro e não é suscetível a questões emocionais, pelo menos não agora. Isso facilita que as tomadas de decisão sejam melhores por inteligência artificial”, destaca o Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento In- dustrial (ABDI), Guto Ferreira. A indústria é um dos setores que tem se destacado na utilização de inteligência artificial. Para Ferreira, a introdução da ferramenta tem condições de aumen- tar a produtividade. Uma das principais atuações do programa é em caldeiras de geração de ener- gia das indústrias. A caldeira normalmente abastece de energia os equipamen- tos da fábrica. Como são muitas máquinas distribuídas em longas distâncias, o gerenciamento sobre a quantidade de energia necessária para cada momento da produção é complexo. A Inteligência Artificial é o novo player da indústria IA deve movimentar US$ 180 milhões no Brasil. Setor produtivo já utiliza a ferramenta como mecanismo para aumentar a produtividade O professor de engenharia de software da Universidade de Brasília (UnB) Sergio de Freitas explica que a inteli- gência artificial trabalha bem neste tipo de competência porque chega ao mesmo resultado dos humanos de for- ma muito mais rápida. “Muitas vezes os computadores vão fornecer informações que só os especialistas pode- riam alcançar. Através de diversas formas ela consegue verificar o que é correto, desvios do correto. É como um ser humano se comporta, mas com uma velocidade maior”. Pensando nesta velocidade, a General Motors (GM) es- tá implementando na fábrica da Chevrolet em São Ca- etano do Sul (SP) inteligência artificial para o controle de qualidade. O gerente de tecnologia da montadora, Carlos Sakuramoto, explica que a IA vai atuar na revi- são da pintura dos automóveis. “Nós identificamos que a percepção da estampagem era diferente entre nossos inspetores. Eles passam por treinamentos para que to- dos tentem enxergar o mesmo tipo de defeito. As distor- ções são micrométricas”.

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