Revista Graphprint - Edição 186

GRAPHPRINT Jul/Ago 2018 37 Radar Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Confederação Na- cional da Indústria (CNI) sobre o estado da digitalização na Indús- tria Brasileira, 42% das companhias desconhecem a importância das tecnologias digitais para a competividade da Indústria e mais da metade não utilizam nenhuma tecnologia de uma lista de 10 opções, sendo elas: automação digital com ou sem sensor para con- trole de processo, monitoramento de produção com sistema SCA- DA, manufatura aditiva, big data, serviços em nuvem, internet das coisas, projetos de manufatura por computador e simulações, automação digital para identificação de condições operacionais e análises de modelos virtuais. Nessa relação, Internet das Coisas e Big Data, por exemplo, es- tão em uso por 13 empresas, do total de 2.225 que participaram da pesquisa. Ainda de acordo com a CNI,o desconhecimento de tecnologias digitais em manufatura é maior entre as empresas de médio e pequeno porte, cerca de 60%. Entre as grandes, o percen- tual de empresas que não identificaram alguma das 10 tecnologias digitais apresentadas como importante para a competitividade cai para 32%. O avanço tecnológico na indústria não é percebido pelas empresas e esse é o maior desafio a ser enfrentado. “Apesar de termos alguns exemplos de setores que estão se benefi- ciando dessa inovação, como logístico e automobilístico, o Brasil ainda carrega um histórico de não investir o suficiente em inova- ção, em parte porque estamos saindo de uma recessão, mas tam- bém pela cultura de não pensar no longo prazo. Mas ainda bem que esse cenário pode mudar nos próximos anos”, diz Carlos San- tana, diretor comercial da Seal Sistemas. Segundo estimativas da consultoria IDC, o investimento na In- ternet industrial das coisas (IIoT) chegará a US $ 500 bilhões até 2020. As empresas que introduzem automação e técnicas de pro- dução mais flexíveis para a fabricação podem aumentar a produti- vidade em até 30%. Outro benefício identificado pela consultoria é a exploração preditiva dos ativos, que podem ajudar as empresas a economizar aproximadamente 12% em reparos programados, re- duzir os custos gerais de manutenção em até 30% e eliminar avarias em 70%. E no Brasil? Indústria 4.0 também é realidade para as PMEs A estimativa é que até 2020, o mercado de Internet das Coisas no Brasil deve movimentar cerca de R$ 200 bilhões, representando 10% do PIB A estimativa é que até 2020, o mercado de Internet das Coisas no Brasil deve movimentar cerca de R$ 200 bilhões, representando 10% do PIB. E para 2018, de acordo com a IDC, os projetos de IoT vão movimentar US$ 8 bilhões no país até o final do ano, com crescimento de 14% na comparação com ano anterior. Boa parte desse investimento será impulsionada, principalmente, pelo Plano Nacional de Internet das Coisas, lançado pelo Governo Federal no fim do ano passado, e que tem uma previsão de movimentação de US$ 13 bilhões até 2020. “Todo esse potencial de investimento, associado à evolução da ino- vação disruptiva, vai tornar o acesso a estas tecnologias mais fácil, seja por uma maior disponibilidade de soluções, seja pela redução de custo. Esse conjunto de fatores vai desmistificar que inovação no Brasil é exclusiva para grandes empresas”, fala Santana. Controle de estoque, ganho em produtividade, automatização de processos, produção digitalizada, predição e ganhos efetivos em in- ventário. “Essas são algumas das vantagens ao adotar tecnologias da Indústria 4.0. Mas para começar a usufruir desses benefícios é necessário realizar uma tarefa importante. Em primeiro lugar, os empresários precisam fazer um mapeamento interno para identi- ficar os desperdícios, pois seus negócios ainda não estão digitaliza- dos. Depois, descobrir que tipo de tecnologia será integrado no gap da empresa e, por fim, o planejamento para implementar o set de soluções, desde IoT, robótica, RFID, big data, entre outras, que vai atender a cadeia de produção como um todo. Cumprida toda essa etapa, os empresários estarão prontos para começar uma jornada de sucesso na era da Indústria brasileira”, completa Santana.

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