Revista Graphprint - Edição 183

GRAPHPRINT Jan/Fev 2018 17 Instabilidades geopolíticas e econô- micas em vários países são alguns dos motivos que explicam a redução das ex- pectativas mundiais de crescimento do setor. No Brasil, a desvalorização do real em relação ao dólar e a recessão na eco- nomia contribuíram para esse cenário. Mas, mesmo diante dessas dificuldades, o Brasil continua ocupando a 9ª posição no mercado global. Os Estados Unidos seguem em primeiro lugar, seguidos pela China, Japão, Alemanha e Reino Unido. Os mercados emergentes, for- mados por países como a China, Índia, Rússia e Turquia, devem liderar a ex- pansão mundial do setor, com uma taxa de crescimento anual média de 8,3%. CRESCIMENTO NO BRASIL Em 2016, o mercado bra- sileiro de mídia e entre- tenimento movimentou US$ 35 bilhões, US$ 3 bilhões a menos do que o estimado na última edi- ção do estudo. Entre os segmentos mais afetados no ano passado estão TV por assinatura, revista, li- vro, jornal e rádio. Esses setores também são im- pactados pela transforma- ção digital no Brasil, em que o maior acesso à internet leva o usuário a utilizar novas mídias e buscar novas experiências online de consumo. O crescimento da banda larga móvel e mudanças de comportamento do consumidor têm beneficiado outros setores. Alguns dos principais segmen- tos que se destacam nas projeções pa- ra 2021 são o de games (crescimento previsto de 17% ao ano), publicidade na internet (12% ao ano) e vídeos na internet (9% ao ano). No país, o consumo de dados em dis- positivos móveis deve crescer 28% ao ano nos próximos cinco anos, passan- do de 7 trilhões de megabytes em 2016 para 24 trilhões de mb em 2021 – 77% da utilização de dados deverá ser dire- cionada para vídeos online. Nos próxi- mos cinco anos, 177 milhões de pes- soas deverão ser assinantes de internet móvel no país. O total de consumo de dados no país ultrapassará a marca de 42 trilhões de mb nos próximos cinco anos, o que representa um crescimento de 23% até 2021. “Esse cenário deverá impulsionar o crescimento das plataformas digitais, com reflexos positivos nos mercados de games, música e publicidade na inter- net”, diz Estela Vieira, sócia da PwC Brasil e especialista em mídia e entre- tenimento. Em 2021, os gastos com streaming de música deverão ser dez vezes maiores em relação àqueles com Em 2016, o mercado brasileiro de mídia e entretenimento movimentou US$ 35 bilhões, US$ 3 bilhões a menos do que o estimado na última edição do estudo. Entre os segmentos mais afetados no ano passado estão TV por assinatura, revista, livro, jornal e rádio. a mídia física. O consumidor, no en- tanto, continuará comprando ingressos para shows ao vivo, segmento que de- verá crescer a uma taxa média anual de 5% no país até 2021 – o Brasil é líder no segmento de música na América Latina. Em relação à publicidade, os gastos totais com online e off-line chegaram a US$ 10 bilhões em 2016. Cer- ca de 80% desse montan- te foi destinado às mídias tradicionais. A TV aberta continua dominando a pre- ferência dos anunciantes – o setor obteve uma receita de US$ 5,2 bilhões em 2016. Em 2021, deverá chegar a US$ 6,9 bilhões. Nos pró- ximos cinco anos, o fatura- mento projetado do setor é de US$ 13 bilhões, com um crescimento de 5,5% ao ano até 2021. Com a crescente demanda dos consu- midores por novas mídias, a atenção dos anunciantes tem se voltado para as plataformas digitais, embora os meios tradicionais continuem concentrando os investimentos. Os gastos com pu- blicidade na internet devem crescer 11,9% ao ano até 2021, chegando a US$ 3,6 bilhões. Nas mídias tradicio- nais, a expansão esperada é mais mo- desta, de 3,5% ao ano.

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