Revista Graphprint - Edição 182

GRAPHPRINT DEZEMBRO 17 7 Entrevista O que a servitização vai trazer, ou já trouxe, de benefício para o mercado gráfico? Já trouxe vantagens para quem vem buscando ampliar ser- viços beneficiando o cliente. Por isso cito algumas empre- sas, como a Arizona e a Antilhas, como exemplos. Outras empresas também já estão criando serviços e ampliando os benefícios para seus clientes. É um caminho voltado para re- duzir custos de processos do cliente Quero dizer o seguinte: a estratégia assertiva é diminuir a estocagem do cliente e melhorar o tempo de comunicação dele com o mercado. É conseguir ter o olhar além da indústria. É necessário pensar que o produto gráfico pode ser uma porta para agregar ser- viço ao cliente. Existe assim a tendência de criar predomínio de mercado e poder crescer ainda mais. Além das empresas já citadas, podemos incluir também a Ipsis, que trabalha com fotógrafos, e a própria Digipix, que faz com sucesso esse tipo de serviço. Agora, se olharmos o ano, continua sendo um período difícil para a maioria das empresas. Tivemos alguns momentos de melhora no final de fevereiro, março e abril, e as coisas pare- ciam que engrenariam. Mas veio aquela denúncia do Temer e a economia parou. Agora, no final do ano, começamos a ouvir as empresas dizendo que já tem uma reação no ar. Enxergamos também que uma boa parte de quem trabalha com rótulos e embalagens alcançou um nível de trabalho um pouco melhor. Quem trabalha com impressão comercial mais simples tem sentido bastante a queda de serviço, tanto no promocional como no comercial. Precisamos entender que uma parte desses serviços está sendo puxada também por empresas que têm oferta online. As gráficas que trabalham com revenda também “tiram” mui- to serviço. Por exemplo, uma gráfica do interior de São Pau- lo hoje roda fora e vende para o seu cliente final. Há outras gráficas que ficam muito na venda local, dependendo de dois ou três clientes. Neste caso, podem perder o cliente, que já é pouco, para gráficas online. Muitas empresas sentiram o golpe e continuam enfrentando dificuldades. Outras têm muita dificuldade em absorver essas novas tecnologias. Não conseguem sair da visão exclusiva de produção offset e sentem enorme dificuldade de convergir com a impressão digital. Detectamos neste ponto certas difi- culdades em lidar com a internet, por exemplo. Estas empre- sas terão dificuldades no mundo que é cada vez mais digital. Você enxerga essa questão como cultural ou é um pro- blema de custo mesmo? É cultura. Há o lado do custo também. Evidente que investir está muito caro no Brasil atualmente. Qualquer produto, ser- viço ou equipamento que o empresário decide comprar para a sua empresa não é barato, seja em moeda estrangeira ou pelos impostos, mas principalmente pela taxa de juros pre- sente no Brasil. Mesmo com juro alto, o sistema financeiro também não está financiando quase nada. O empresário não tem muito acesso a isso para poder comprar equipamentos. Isso é, sim, uma dificuldade. Mas há o outro lado de olhar investimento em softwares e na internet como proibitivos. Definitivamente é um problema cultural. As empresas não têm gente para pensar e para tra- balhar com foco nestes ambientes inovadores. Há empresas que estão focadas na produção e não conseguem ter gente capacitada para poder ganhar esse conhecimento. Conse- quentemente, não avançam. A meu ver, essa é a grande difi- culdade que a maioria tem. Passa também pela questão de qualificação de mão de obra? Qualificação de mão de obra e de perfil dos colaboradores. A procura, muitas vezes, está orientada, exclusivamente, para “A estratégia assertiva é diminuir a estocagem do cliente e melhorar o tempo de comunicação dele com o mercado. É conseguir ter o olhar além da indústria. É necessário pensar que o produto gráfico pode ser uma porta para agregar serviço ao cliente.” “Enxergamos também que uma boa parte de quem trabalha com rótulos e embalagens alcançou um nível de trabalho um pouco melhor. Quem trabalha com impressão comercial mais simples tem sentido bastante a queda de serviço, tanto no promocional como no comercial.”

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