Revista Graphprint - Edição 180

GRAPHPRINT OUTUBRO 17 Mercado editorial 33 vro é apenas o chamativo inicial, está comprometendo o inigualá- vel espaço mágico dos livros. Precisamos criar regras de mercado para evitarmos o canibalismo gerado pelos exorbitantes descon- tos praticados atualmente”, diz Novaes. Para Tavares, “o momento não está fácil para ninguém do setor. Todas as semanas vemos ou lemos na imprensa as dificuldades pelas quais alguns tradicionais livreiros brasileiros estão passan- do. Mas acredito que com disciplina, visão de futuro, organiza- ção, método, atualização, profissionalismo e pés no chão, em pouco tempo, teremos melhores e belas livrarias prestando bons serviços por esse Brasil afora, pois acredito muito no produto livro.” Em agosto de 2016, durante a última Convenção Nacional de Livrarias, a ANL apresentou o Manual de Boas Práticas para o mercado editorial e livreiro, que obteve a contribuição e adesão das entidades mais representativas do setor, numa tentativa de avançar principalmente no que diz respeito aos comportamentos comerciais, à ética e à inibição da concorrência predatória. O manual defende o respeito às funções específicas de cada um dos integrantes da cadeia de produção e comercialização. Zela pela correta administração do sistema de consignação, de modo a facilitar a circulação e exibição do livro, preservando o retorno do capital investido do editor e maximizando a utilização produtiva do espaço físico dos estabelecimentos comerciais de varejo. Ele destaca também o incentivo a bibliodiversidade com estímulo à presença e exposição de livros de editoras independentes e aca- dêmicas nas livrarias e nos canais de divulgação do setor. Incenti- va a procura de mecanismos junto ao Poder Público e à iniciativa privada que promovam o aumento do número de livrarias e pontos de venda alternativos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tavares ainda nos lembra que, após a crise do varejo do livro nos Estados Unidos, nos anos 2000, quando grandes redes desativa- ram a operação, nos últimos anos é visível o aumento do número de livrarias médias naquele país. Hoje, o Brasil está passando por uma crise no setor livreiro muito parecida. O executivo acredita que em poucos anos o Brasil abrirá mais livrarias independentes do que fechará. “Tenho fé”, diz ele. Richard Svartman destaca que um dos principais pilares da loja virtual sempre foi o empoderamento e perpetuação do pequeno vendedor, tão ameaçado pelos grandes negócios. Até 2014, o foco era a venda de livros usados e raros. Mas os sebos já não se li- mitavam apenas a livros usados e começaram a comprar também livros novos das editoras ou das pontas de estoque, e essa ten- dência foi contemplada com a plataforma virtual. Assim, em 2014, passa a vender livros novos no site. Nesse momento, pequenos livreiros e livrarias independentes também começaram a utilizar essa nova plataforma de vendas. Novaes ressalta a importância de oferecer a confiabilidade no tráfego das informações, proporcionando índices mais assertivos aos estoques e maior agilidade na entrega, para que o livreiro sa- tisfaça as necessidades do consumidor. Mauro Lopes de Azevedo reforça a importância de sempre aliar tendência de mercado com tecnologia, agilidade e praticidade. As soluções devem sempre simplificar o dia a dia do livreiro, a fim de que se concentrem cada qual em seu core business, oferecendo soluções para a operação de distribuição, onde o cliente encontra tudo que precisa em um único lugar. Por Marilu G. do Amaral, jornalista www.anl.org.br

RkJQdWJsaXNoZXIy MTY1MzM=