GRAPHPRINT AGOSTO17
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PROJETOSOCIAL
ProjetoRoedores de Livros
desperta ogostopela leitura entre
crianças doDistrito Federal
Osmomentosde leiturasão intercaladoscomconversas,queestabelecem
umambiente favorável paraconquistar aconfiançados frequentadores.
Essescontatoscriamuma ligaçãoafetiva
HÁMAISDEDEZANOS, OPROJETOROEDORES
DE LIVROSUTILIZAAÇÕES INTEGRADASPARA
DESPERTAROGOSTOPELA LITERATURAENTRE
CRIANÇASEADOLESCENTESDODISTRITO FEDERAL
O trabalho, que começou no Plano Piloto, atualmente tem uma sede
fixa em Ceilândia, que, sendo a maior cidade do Distrito Federal,
possibilita a ampliação do atendimento às crianças. A utilização do
espaço é gratuita.
AprofessoraAnaPaulaBernardes, coordenadoradoprojeto, lembraque
tudo teve início com a criação de uma biblioteca na Asa Norte – local
que, contemplado commuitas doações, acabou por inspirar oRoedores
deLivros. Onomeéumaalusãoàexpressão“ratosdebiblioteca”, como
costumam ser chamadas as pessoas que passammuito tempo nesses
espaços de leitura.
Na sede atual, todos os fins de semana, os estudantes ouvem histórias
e participam de oficinas de artes, entre outras atividades. Professores
tambémpodemaproveitar o local,ondesão realizadaspalestrasespecí-
ficas para a categoria. O acervo é predominantemente infantil e juvenil,
mas há obras para todas as idades. “É uma biblioteca comu-
nitáriaabertaquequalquer pessoapode frequentar”, ressalta
AnaPaula.
A professora destaca a leitura como boa indicação para os
momentos que todas as pessoas precisam criar, segundo sua
avaliação,para“pensar emcoisasboas”. Ohábitode ler, ava-
lia, sempre pode trazer mudanças de perspectiva na vida
de qualquer um. A maioria das crianças que participam do
projeto é formada por filhos de feirantes locais. A tendên-
cia natural desse público, observa Ana Paula, era seguir os
passos dos pais, algo que foi mudado a partir do contato
frequente com a leitura.
“As crianças querem ser pediatras, professores e seguir ou-
tras profissões pelas quais, no início, nãomanifestavam inte-
resse”, relata a coordenadora. “A partir desse momento em
queelas vislumbramoutraspossibilidades, quando veemque
omundo émuitogrande eque temmuitas coisas para serem
feitas, a gente vaimudando esse lugarzinho.”
Além das crianças, seus familiares também acabam sendo
envolvidos pelas atividades do projeto. “Os pais ficam supe-
ranimados e vêm buscar livros com a gente”, contaAna Pau-
la.“Todoano,noDiadaCriança,agentedoaum livroparaque
essa criança tambémmonte sua biblioteca, para que o amor
ao livro nãofique restrito aoRoedores.”
Os momentos de leitura são intercalados com conversas,
que estabelecem um ambiente favorável para conquistar a
confiança dos frequentadores. Esses contatos criam uma
ligaçãoafetivaque, segundoobservaAnaPaula,muitas ve-
zes não ocorre em casa ou na escola.
“O livroaproximaagente”, resumeacoordenadoradoRoedo-
res de Livros. “Então, quando a gente faz uma leitura a partir
daqual acriançaou jovemsesenteàvontadeparaconversar,
ela tira algumas dúvidas, vai experimentando outras coisas.
Quando tem algum problema e quer conversar, às vezes não
consegue falar isso em casa, e vempara cá.”
Atualmente, cinco voluntários trabalham no projeto. A biblio-
teca fica aberta ao público aos sábados, das 9h30 às 12h.
Escolas podem agendar visitas pormensagem eletrônica.