Revista Graphprint - Edição 145 - page 9

GRAPHPRINT JUL 14
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ENTREVISTA
sai da minha cabeça. Como somos independentes, nada im-
pede de buscar novos parceiros. Estamos bem situados tanto
no fornecimento como na fabricação de tintas. O nome e a
marca são fortes.
GRAPHPRINT: Os resultados da Cromos estão saudáveis
atualmente?
Pluecker:
Em 2013 o crescimento foi baixo, algo próximo de
4% em volume de produção, nadamuito expressivo. Em 2014
o otimismo vem com cautela. Olhamos para o setor de emba-
lagens compossibilidade de crescimento.
A própria distribuição de renda no Brasil trouxe milhares de
novos consumidores, quepassamaadquirir produtos inéditos.
Com relação às novas mídias, umas destroem, outras convi-
vem com o segmento. O exemplomais clássico é dos catálo-
gos de lojas de departamentos, principalmente nos Estados
Unidos. Com a internet estemercado de impressão caiu con-
sideravelmente. Quem quer olhar preço é só clicar. O setor de
rotativas perdeumuito.
Já o setor de embalagens, que é bem pulverizado, demanda
efeitos especiais, tintas táteis, com cheiro. É uma demanda
que não é perfil de busca de grandes empresas que miram
grandes negócios.
Tenhodemedefender comótimosserviços,atendimentosden-
trodeumprazo razoável.NoBrasil aindanãoé tãogrande,acho
que teremos sistemas híbridos que acabam sendo parceiros.
Vamosaprender aconviver comnovoselementos.
Por outro lado, no Brasil, vários negócios estão sendo bloquea-
dos.Aspessoasestãocomopéatrásnadecisãode investiraqui,
pois sabem como é complicado; então os investidores buscam
parceirossegurosnoBrasil,onde tudoémaisdemorado.
GRAPHPRINT: Os novos tempos da Cromos passam por
quais caminhos?
Pluecker:
Defino a Cromos em duas palavras: tradição e ino-
vação. O gráfico é conservador, tem fidelidade aos sistemas.
Nesse ponto, a Cromos tem vantagem, pois o mercado liga
para a tradição, confia.
E inovação é fundamental, pois um produto tem de estar atu-
alizado, temde crescer junto com os processos de produção.
Temos, hoje, pelo menos 500 clientes. Nossa capacidade de
produção nominal é de 5 mil toneladas ao ano para offset e
flexográfica,mas podemos colocar mais turnos. Hoje, não há
preocupação em não conseguir atender omercado, que, infe-
lizmente, não vai crescer tão rápido assim.
A força damarca é grande e atéme surpreende. Pessoas de
fora conhecem a Cromos. Nunca fomos uma empresa que
investe em propaganda, por isso nos surpreendemos com
a resposta do mercado. Tenho até vergonha em dizer isso,
mas a Cromos não tem a cultura de investir em publicidade.
Em contrapartida, acho também que isso é um obstáculo, a
empresa não semostra, não divulga. Certo eu acho que não
está,pois temosdemostrar anossacarade formamais forte
nomercado.
Como sou de formação técnica, procuro atualizar constante-
mente a fábrica,mas, hoje, na condição de presidente, estou
começando a rever certas posições.
Nãopossoficarmuito escondido, tenhode aparecer umpou-
comais. É um jeito que ainda não tenho. Estamos renovando
conceitos administrativos, assim comoéo cuidado coma re-
novação do parque industrial.
Tenho agora de cuidar dos processos administrativos, por
isso há uma consultoria que começou em dezembro do ano
passado e tem ajudado muito. Depois disso seguiremos as
diretrizes. Estamos a todo gás e otimistas dentro das possi-
bilidades. Temos dificuldades, problemas, nada é fácil hoje.
“O fato é que conseguimos fornecer tintas
rapidamente.ACromos émuito conhecida
em toda aAmérica do Sul, tem sempre
as portas abertas junto ao gráfico. É claro
também que nem tudo são flores; aCromos
passa por ummomento de dificuldade,
capital que sobe e desce. Hámomentos em
que ficamosmais apertados e depois vem a
recuperação, toda empresa passa por isso.”
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