Revista Graphprint - Edição 145 - page 3

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GRAPHPRINT AGO 14
EDITORIAL
O futuroda impressão é
responsabilidade sua também
Após o parto, papai emamãe chegam ansiosos à primeira consulta ao pediatra.Além
das recomendaçõesbásicas, lá,nosEstadosUnidos, escutarãoa seguinte recomenda-
ção: leiam para seus filhos desde o nascimento.
Para incentivar aindamais esse processo, aAmericanAcademy of Pediatrics (AAP) in-
vestenadistribuiçãode livros infantisnosconsultórios.Aacademiacolocoucomouma
dasmetas o contato constante com o livro, especialmente na hora de dormir; desde o
nascimento, vale frisar. Esse é o caminho para o futuro saudável do cidadão.
De acordo com amédica Pamela High, principal autora do estudo daAAP, a educação
nos primeiros meses do bebê está ligada à saúde futura. “Adultos com linguagem
complexa se revelammais capazes de gerir e proteger sua saúde”, diz. Fato é que ler
para bebês é um fator determinante para a capacidade de adquirir linguagem e ter
bom desempenho na escola.
Estudos comprovam a expressiva disparidade cognitiva e de riqueza de vocabulário
entre crianças incentivadas e as não incentivadas nos EUA. Ganham aquelas que
foram apresentadas ao livro antes dos 3 anos.
A psicóloga Susan Neuman, da Universidade de Nova York, usou uma tecnologia que
acompanha os movimentos dos olhos para, enfim, acreditar que bebês são capazes
de detectar se um livro está de cabeça para baixo aos 14meses. Um dadomais alar-
mante, a quem acredita que um aparato tecnológico como o gadgets resolva todos os
problemas: a onipresença destas tecnologias pode não ser tão saudável assim. A luz
das telas digitais desativa amelatonina, um hormônio natural que nos ajuda a dormir.
Outra recomendação da AAP é de que crianças demenos de dois anos não assistam
TVpor causado impactonegativo sobreocérebroemdesenvolvimento, comconsequ-
ências na capacidade cognitiva.
E não é apenas omundo dos bebês que está emmutação. Omundo dos adultos tam-
bém.DeacordocomumestudodoMinistériodaCultura (MinC),89%dosbeneficiários
doVale-Cultura usam o dinheiro para comprar livros, revistas e jornais. O benefício de
R$50 pormês oferecido por empresas a trabalhadores de renda de até cinco salários
mínimos somou R$ 5,3 milhões de janeiro a maio de 2014. Deste montante, R$ 4,7
milhões foram gastos com leitura.
Enfim, está chegando a hora de dizer que a retomada da indústria de impressão é
agora. Cabe a cada um de nós uma colaboração amais, aquele 20% ou 30% amais
emcimado100%diário.Paracorroborar comosbons ventos,peço licençaparapegar
caronanoartigoelaboradoporKarinePansa,empresáriadosetor editorial epresidente
da Câmara Brasileira do Livro (CBL). De acordo com a executiva, em 1990, quando se
iniciou a série histórica das estatísticas relativas ao desempenho do setor editorial
brasileiro e ano da Copa do Mundo da Itália, nosso país produziu 236,3 milhões de
livros e 22,4mil títulos. Em 1994, ano em que a Seleção Canarinho conquistou o tetra
nos gramados dos Estados Unidos, foram 246 mi-
lhões de exemplares e 36,5 mil títulos. Conforme
Karine, em 2014 já ultrapassamos os 450milhões
deexemplares enos aproximamosde60mil títulos
anuais.“AevoluçãodosnúmerosaferidospelaFIPE
naPesquisadeProduçãoeVendasdoMercadoEdi-
torial mostra a crescente profissionalização do se-
tor e o avanço na luta para que tenhamos cada vez
mais leitores.Algo importantenesseprocesso,edaí
aanalogiaquefizcomaCopadoMundo,éoquanto
omercado editorial deve aproveitar as oportunida-
desparaconquistarmaispúblico.De janeiroamaio
de2014, o volumede títulos relativos à competição
e ao futebol cresceu 400% em relação a igual pe-
ríodo do ano anterior. ‘Gol de placa’, bradariam os
locutores esportivos”, disse Karine.
Façamos então valer a frase reverberada pelos
rincões do nosso país “sou brasileiro, não desisto
nunca”. “E leio sempre”, permito-me acrescentar.
Saudações Graphprintenses!
FábioSabbag
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