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GRAPHPRINT JAN/FEV 14
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De acordo com os entrevistados, um investidor hoje não é apenas uma fonte de
recursos financeiros, mas, principalmente, um parceiro. Para 39% dos entrevista-
dos, o empreendedor precisa ter uma boa rede de contatos para ajudá-los a abrir
portas e a crescer. Apenas 2% desejam apenas o dinheiro do investidor. Abaixo, os
quatro perfis de investidor mapeados pela pesquisa:
Abridor de portas - Esse é o parceiro que tem uma grande rede de relacionamen-
to. Possui o tino comercial que muitos empreendedores buscam. É imprescindível
que conheça o segmento de atuação do negócio para que as ações sejam dirigi-
das sem perda de tempo.
O Especialista - Possui bons conhecimentos econômicos de mercado para auxiliar
o empreendedor. Como geralmente o empreendedor é técnico, é importante ter
um parceiro que entenda de economia e negócios. Deve ajudar o empreendedor a
tomar as decisões baseados em reports, números e dados.
O Estrategista - É o responsável por repensar toda a inteligência do negócio e
apresentar novos rumos. Neste caso o parceiro é visto como um “conselheiro”,
mas é imprescindível que trabalhe no projeto, dedicando tempo ao negócio junto
com o empreendedor.
O Financiador - Perfil tradicional de investidor, que financia o novo negócio em
troca de participação. É fonte de recursos financeiros, mas não auxilia em outras
atividades, como estratégia e networking. É um perfil que os empreendedores não
valorizam atualmente.
A pesquisa aponta uma concentração de empreendedores nas regiões Sudeste
(43% estão em São Paulo) e Sul (21%). Os empreendedores são, em sua maioria,
homens com idade entre 25 e 40 anos. A pirâmide social dos empreendedores é
diferente da população brasileira, privilegiando pessoas com maior poder aqui-
sitivo e alto nível de escolaridade – 42% fizeram algum tipo de pós-graduação.
Perfis de
investidores
Cursos de graduação relacionados à tecno-
logia são os mais comuns entre os empre-
endedores digitais (19%), seguidos por admi-
nistração de empresas (16%) e comunicação
social (13%). A necessidade de gerir seu
negócio e colocar sua ideia para frente faz
com que os cursos de pós-graduação mais
frequentes estejam relacionados com gestão
de negócios (23%), marketing (16%) e admi-
nistração de empresas (11%).
Inspiração (histórias de outros empreendedo-
res) e experiência profissional são os fatores
que mais influenciam um empreendedor na
hora de pensar em ter seu negócio (42%). E
sua motivação é trabalhar com o que gosta
(73% em 2013 e 79% em 2011), seguido do
retorno financeiro (50% em 2013 e 52% em
2011) e da oportunidade de crescimento pro-
fissional (44% em 2013 e 54% em 2011). As
motivações se mantiveram as mesmas em
2011 e 2013.
Dos entrevistados, 45% disseram que a falta
de recursos financeiros ainda é o principal
problema dos empreendedores digitais no
Brasil. Em 2011 este número foi de 44%. A
burocracia (39%) e a falta de mão de obra
qualificada (35% em 2013 e 30% em 2011)
também apresentam elevados percentuais.
Observa-se redução significativa na insa-
tisfação com políticas públicas de incentivo
(28% em 2013 e 34% em 2011) e na falta de
tempo para dedicação ao projeto (18% em
2013 e 34% em 2011).
Em 2011, a média de tempo em que os entre-
vistados se consideravam empreendedores era
de 30 meses (2,5 anos). Em 2013, esse tempo
subiu para 40 meses. Apesar do crescimento, a
média não cresceu em 24 meses (tempo entre
as duas pesquisas), indicando que ainda existe
uma taxa de desistência elevada.