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GRAPHPRINT NOV 13
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A disparada do dólar sem uma expectativa de volta aos antigos pata-
mares tem despertado a preocupação de diversos setores da econo-
mia brasileira, e com as empresas de outsourcing de impressão não
é diferente.
Tal apreensão deve-se a dois grandes motivos. Em primeiro lugar,
basicamente todos os produtos são importados ou têm a matéria-
-prima originária do exterior, mesmo nos casos dos toners similares
ou remanufaturados. O outro fator que acende o sinal amarelo são os
contratos entre a empresa de outsourcing e o cliente, que em geral
têm longa duração e são fixados em real.
Por exemplo, um acordo de 36 meses assinado quando a moeda ame-
ricana estava a R$ 1,80 torna-se um calvário quando o dólar alcança
um patamar de R$ 2,40. Sem reajuste, este aumento, equivalente a
33%, gera um enorme prejuízo para empresas que não se estrutu-
raram com grandes inventários de suprimentos. Ou seja, na ocasião
em que fechou o contrato, o fornecedor trabalhou com uma margem
de 20% nas páginas impressas, mas na situação atual, ao invés de
ganhar dinheiro, tem um prejuízo de quase 15%.
O cenário é parecido com o de dezembro de 2008, quando a crise
mundial alavancou o dólar a R$ 2,48. Muitas empresas de outsourcing
tiveram que renegociar os contratos com seus clientes ou, até mes-
mo, abrir mão de alguns deles. Desta vez a situação é mais alarmante
porque, diferentemente da crise de 2008, não é possível ver uma luz
no fim do túnel. Não há previsão de que o dólar baixe, pelo contrário.
Especialistas acreditam que a moeda possa chegar a R$ 2,70 até o
final deste ano, impossibilitando a vigência de qualquer contrato fe-
chado quando o dólar estava abaixo dos R$ 2.
A hora é de renegociar o que for possível, oferecendo novas alter-
nativas ao cliente. Um caminho é convencê-lo a abrir mão de uma
quantidade de suprimentos em troca de outros serviços. É importante
lembrar que a qualidade ainda é a maior arma do outsourcing contra
o mercado paralelo. No final, os custos do cliente e o prejuízo causado
por um toner alternativo, que dura 30% a menos e pode danificar o
equipamento, podem ser maiores do que o investimento no contrato
de outsourcing.
Alta do dólar deixa empresas de
outsourcing de impressão em alerta
Por Rodrigo Reis*
*Diretor comercial e sócio da Reis Office, empresa de
soluções completas para impressão, digitalização,
transmissão e armazenamento de documento
ARTIGO