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GRAPHPRINT SET 13
EDITORIAL
A onipresente impressão
Recentemente, tivemos a honra de receber um convite da Ferag AG para conhecer o lançamento
de uma tecnologia para a linha de acabamento voltada ao segmento de jornal. Fomos para a
Suíça acompanhar a novidade e de quebra antecipar aos leitores da GRAPHPRINT, em primeira
mão, os fatos que agregam valor à indústria gráfica. Leia a matéria com a Ferag AG adiante.
Particularmente, vários outros detalhes chamaram minha atenção. A quantidade de impressos
que circunda o cotidiano dos suíços, especificamente, é um deles. No metrô suíço, por exemplo,
há jornal em (quase) todos os assentos. Parece até que alguns jazem já lidos, mas ressuscitam
a cada estação, ao serem abertos por mãos inéditas. É contínuo o cotidiano de leitura no país
dos estupendos Alpes suíços. Considerado geograficamente pequeno, lá há mais de 40 jornais,
editados em alemão, italiano, francês e romanche. É leitura que não acaba mais. Qualquer se-
melhança com a máxima qualidade de vida não é mera coincidência.
Assim como no mundo inteiro, há no transporte de ônibus suíço aquelas alças que deslizam
pelas barras de ferro e dão segurança aos passageiros que estão em pé. Foi nelas que as
agências descobriram uma forma de comunicação. Logo acima do apoio das mãos criaram um
compartimento acrílico que recebe ação promocional impressa – eu escrevi impressa – que se
fixa praticamente na altura dos olhos da população. Sinceramente, todas as vezes que usei o
transporte público na Suíça li, reli e decorei a propaganda que, no caso, falava de uma grande
rede de escola de idiomas. Assim, assado, cozido e frito, conseguiram desenvolver uma eficaz
estratégia de marketing que tem como núcleo a impressão dos cartões. Certamente, as gráficas
locais não estão reclamando.
Na rodoviária de Zurique fiquei espantado (positivamente) com o volume de material impresso
disponível para nortear o turista. Há desde panfletos sobre museus e afins até livros com as
impressões da cidade. Todo e qualquer bilhete vem acompanhado de impressão, em dois ou
mais diferentes formatos.
Já no supermercado, quando a fome apertava, o encontro com a impressão não cessava. Nas
cestas de compras figuram impressos semelhantes ao fundo de bandeja de grandes redes
de fast food. Toda vez que voltava à cesta para colocar aquele queijo suíço, acompanhado da
barra de chocolate, tinha contato visual com a marca exposta. De maneira impressa, friso. As
embalagens, então, são avassaladoras, conquistam o coração (ou o bolso) mais durão. Para
não perder o embalo do setor, temos nesta edição uma reportagem com os fabricantes de
impressoras para esse nicho.
Os cardápios, um show à parte. Bem planejados, já convergiram apresentando, por exemplo,
a realidade aumentada como ferramenta. Em muitos casos, ao abri-lo pude conhecer o prato
pronto em 3D. Um dia, creio, chegaremos ao olfato. Assim, a viagem prosseguiu com a impres-
são de não chegar ao fim.
Foram essas e outras inúmeras ocasiões vividas lá que, sinceramente, no Brasil não me lem-
braria da onipresença da indústria gráfica. Por onde andei, dessa vez tive a oportunidade
de conhecer a Suíça e a Itália, tive o prazer de recordar meu ofício que é trazer a você as
possibilidades criadas e aquelas que podem ser desbravadas. Concluo que ainda temos mui-
tos substratos para imprimir. E as novas mídias pululam incessantemente; leia, também, a
matéria exclusiva nesta edição.
Peço, então, licença ao presidente da Heidelberg do Brasil, Dieter Willi Brandt, para corroborar
minhas impressões até então citadas. Publicamos uma entrevista com Brandt que enfatiza os
15 anos da Heidelberg no Brasil. Entre vários temas, o presidente da Heidelberg do Brasil fala
que lembra muito bem dos primeiros meses: “Cobrir este enorme País é um verdadeiro desafio,
pois o cliente não precisa se importar onde a gráfica está instalada para obter um serviço de
primeira classe. Foi por isso que nós nos concentramos tanto no estabelecimento do serviço
forte também para atender regiões distantes do mercado de São Paulo. Estamos vendendo
absolutamente o mesmo equipamento disponível nos pa-
íses industrializados, por isso, também temos de garantir
os mesmos padrões de qualidade de serviço. Todos têm
dúvidas sobre o futuro, mas o melhor é estruturá-lo. De
nossa parte fazemos o que é necessário para garantir a
atratividade de nossa indústria”, disse.
O papel, diz Brandt, será cada vez mais usado. “Especial-
mente em um país onde se consome 60kg / per capita,
enquanto em outras partes do mundo falamos de 250kg
a 330kg per capita”, completa.
Gosto dessas informações. Aliás, gostamos. O posicio-
namento positivo que impera no mercado, quando este
encara certos momentos não tão favoráveis, repica sin-
tomaticamente. A ExpoPrint, por exemplo, já deve estar
aquecendo os motores dos expositores. Teremos grandes
lançamentos e soluções para sacudir e levantar a poeira
de alguns nichos.
Sendo assim, quem conseguir manter a direção, entre-
tanto sujeito a trovoadas e tempestades, sairá fortalecido.
Velhos ditados são bons argumentos: depois da tempes-
tade vem a bonança. Tenho a impressão que é sempre
assim.
Saudações Graphprintenses!
Fábio Sabbag