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GRAPHPRINT SET 13
EDITORIAL
A impressão é atemporal
Proponho um exercício sobre os desafios que outros segmentos viveram, vivem ou
viverão.
Peguemos, por exemplo, a indústria dos tradicionais pisos de cerâmica, madeira ou o
concreto básico na coloração de tons de cinza. Como ela lidará com a tendência de
estampas no concreto? Nesse segmento o que vem cada vez mais sendo utilizado é
o piso de concreto estampado. As texturas e colorações são diversas, o que permite
transformar o concreto em peças que se assemelham a outros materiais.
Como ficarão as lojas de brinquedos após a provável consolidação das impressoras
em 3D. Os japoneses imprimem bebês em 3D a partir de ultrassom. Essa é a novidade
apresentada por um grupo de médicos nipônicos em parceria com uma empresa de
impressão 3D. As mulheres grávidas podem agora ficar cara a cara com seu bebê
mesmo antes de ele nascer, graças a essa tecnologia que imprime uma imagem sólida
usando dados de uma ultra-sonografia.
Quem diria que o meio rádio sobreviveria aos novos tempos? Dados do Target Group
Index, do Ibope Media, apontam que 73% dos brasileiros - que vivem nas principais
capitais e regiões metropolitanas do Brasil - escutam rádio.
Vamos aos livros agora. Quem diria que o mundo editorial conviveria com a tecnologia?
Um dos mais polêmicos pensadores da era digital, o americano Nicholas Carr, que
acaba de lançar o livro “The Shallows: What Internet is Doing to Our Brains”, questiona
os danos que a internet está causando em nossos cérebros. Para Carr, a internet nos
encoraja a avaliar vários pequenos pedaços de informação de uma maneira muito
rápida, enquanto tentamos driblar uma série de interrupções e distrações. Esse modo
de pensamento é importante e valioso.
Mas, observa Carr, quando usamos a internet de maneira mais intensiva, começa-
mos a sacrificar outros modos de pensamento, particularmente aqueles que requerem
contemplação, reflexão e introspecção. “Nós podemos ser bem eficientes e bem pro-
dutivos sem esses modos de pensamento. Mas, como seres humanos, nos tornamos
mais rasos e menos interessantes e distintos intelectualmente”, avalia, acrescentando
que podemos treinar nosso cérebro para pensar de maneira rasa ou profundamente
com a mesma facilidade. “Estudos mostram que quando ficamos online entramos em
um ambiente que promove a leitura apressada, pensamento distraído e aprendizado
superficial. É possível pensar profundamente enquanto surfamos na web, mas não é o
que a tecnologia encoraja e premia”, alerta.
Agora eu lhe pergunto: os novos tempos da impressão, quais são? São os tempos da
não leitura ou o ato de clicar em qualquer conteúdo? Teremos novos meios ou os novos
meios convergirão para a impressão? Leremos as respostas ou elas estarão em mãos,
nos tablets ou em outros “ais” da tecnologia?
Estática ou não, certamente, haverá impressão. Ao seu redor, note, tudo é impresso.
Talvez, em alguns momentos, a impressão se assemelha à química. Intrínseca, porém
invisível.
Como assim, uma impressão invisível? Impossível! Claro que não, já está incorporada
ao cotidiano. É a química da tinta em ação no papel. Nem tão simples assim, conve-
nhamos.
Há quem diga que vai acabar. Outros investem em um futuro (presente) próspero. O
que você acha? Qual é a sua impressão da impressão? Convergiremos, agiremos ou
pararemos? A última opção dessa frase, acho, é a
que não será escolhida.
Desde os tempos da Vitória Régia impregnamos
nossas veias de tintas, suamos alheios ao calor ge-
rado pela produção gráfica.
E paulatinamente acompanha a vida e seus anseios.
Em certos momentos, a concorrência no auge da
fatura faz o preço cair sem dar conta, creio. Ao não
dar conta, a conta não fecha. Elementar, meu caro!
Reviva, reluza, impressione seu impresso. Vá de
offset, venha de digital. Imprima a cortina da sala
ou o piso da varanda. Crie seu espaço na indústria.
Desenvolva o substrato que será impresso. Pode
ser papel, mas terá de ser diferente.
São sinais dos novos tempos que mudam rapida-
mente. Com a leitura, com a impressão não seria
diferente. Pode crer que você tem equipamentos
poderosos que farão com que o insumo impressão
lidere a tecnologia. Independente do substrato.
Já pensou em transformar o papel na plataforma
de condução da tecnologia. Ele consegue suportar.
Bote a mesa no chão e o chão tá posto.
Saudações Graphprintenses!
Fábio Sabbag