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CONEXÃO
GRAPHPRINT AGO 13
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De acordo com dados da International Data Corporation (IDC), os
smartphones superam pela primeira vez 50% dos celulares dis-
tribuídos no mundo. Foram comercializados 418,6 milhões de
telefones móveis entre janeiro e março deste ano, enquanto no
mesmo período de 2012 esse número atingiu 402,4 milhões de
unidades. Desse total, 216,2 milhões de unidades (51,6%) eram
de smartphones.
O aumento de usuários móveis, com acesso à internet deu à
publicidade novas dinâmicas. No Brasil, governos e empresas
já utilizam a inteligência em mobile marketing para falar com
públicos específicos, de forma bem segmentada. Em São Paulo,
por exemplo, a empresa Kanamobi já fatura mais de R$ 3,2 mi-
lhões produzindo campanhas de publicidade e marketing para
dispositivos móveis.
Qual é o limite da privacidade?
Com o aumento de usuários com
smartphones, a publicidade ganha força
e abre mais um canal com consumidores.
Mas há limite?
“O brasileiro é receptivo à publicidade móvel e a aceitação se
deve a diversos fatores. Pessoas que pela primeira vez estão ten-
do acesso aos smartphones, aplicativos, internet móvel e conte-
údos mobile estão descobrindo a nova forma de se conectar com
as pessoas e as marcas. O País tem uma característica cultural
que influencia muito: o brasileiro gosta e tem muito interesse por
se relacionar com grupos do mesmo perfil, adora benefícios, des-
contos e ofertas em geral”, garante Cristiano Kanashiro, CEO e
fundador da empresa especializada em mobile marketing.
As campanhas publicitárias em celulares são tendência no mundo
inteiro e a receita para o setor, em 2013, está prevista para al-
cançar US$ 11,4 bilhões – quase 27% a mais do que foi gasto em
2012. Mas ainda há pontos a serem regulados, principalmente os
que dizem respeito à privacidade dos consumidores. Quais são os
limites da publicidade e marketing nos dispositivos móveis?
Há, na realidade, em paralelo ao movimento, uma demanda gráfi-
ca. Ou várias demandas. Quantos SMS podem gerar papel impres-
so? Quantas festas, casamentos, batizados, reuniões ou aniversá-
rios são elaborados por meio dessa comunicação e precisam de
papel impresso?
Respeito
Para o advogado Vitor Hugo Silva Leite, especialista em Direito do
Consumidor do escritório Bessa Advogados, receber mensagens
no celular (SMS) ou promocionais publicitários só se forem soli-
citados pelos clientes durante cadastros específicos. “Caso não
ocorra em um contrato específico, cujo único objeto seja a auto-
rização para o recebimento de mensagens comerciais, a cláusula
contratual deve ser destacada de forma que o cliente a identifique
e entenda facilmente, inclusive em relação ao tipo de propaganda
que receberá. É necessário, também, que o consumidor seja in-
formado do meio para cancelamento do serviço, caso não queira
mais receber as mensagens”, comenta o jurista.
Kanashiro explica que toda e qualquer campanha publicitária via
SMS da Kanamobi requer autorização para envio de mensagens
de texto, conhecido como optin. Assim como outros tipos de noti-
ficações, por exemplo, os apps baixados pelos usuários também
solicitam a autorização para envio de notificações.
“Existem muitos casos em que as próprias empresas, marcas ou
anunciantes captam o optin dos seus clientes através de call cen-
ters, formulários físicos, web e podem realizar as suas ações via
SMS, ou quaisquer outros meios, desde que estejam protegidas
e consigam comprovar a autorização para envio de mensagens”,
explica Kanashiro.