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GRAPHPRINT JUL 13
EDITORIAL
Pintar o sete, bordar o oito
e finalizar o nove é 10
A velocidade aumentou muito, de fio a pavio e em todos os sentidos. Na indústria grá-
fica não poderia ser diferente. Concorda? Encontrar quem tenha demanda para pintar
papel será cada vez mais raro. Paulatinamente, mas infrequente. Em contrapartida, a
impressão tende a virar customizada, relacionada à venda direta e instantânea. Leu
aqui, comprou lá. Pediu na internet, rodou aqui e entregou já. É vapt-vupt, já dizia o
Professor Raimundo. E as margens ó!
Para enfatizar como a velocidade da informação é alta, quando o Japão sofreu o último
tsunami, que só não o levou à bancarrota devido à fibra de seu povo, em dois minutos
e meio o mundo - escrevi o mundo mesmo -, já sabia que a primeira onda detonou
uma região da terra do Sol Nascente. Dados mostraram que o volume de twitters e
mensagens via Facebook, só para ser ater nestes dois meios modernos de comuni-
cação, literalmente entupiram as transmissões, comprometendo o mapeamento das
mensagens. É a informação varrendo o mundo, sem precedentes.
Mais adiante, quando os Estados Unidos passaram por uma assombrosa epidemia de
gripe, uma ferramenta do Google detectou a proliferação do vírus seis meses antes.
Como? Pura – e eficiente – tecnologia da informação (TI). O ato de cruzar informações
das mais diversas fontes mostrou que a virose se espalharia. E assim se fez.
Outro exemplo clássico da troca de informação por meio da tecnologia foi o artigo
encabeçado pelo chefe de comunicação da campanha política da reeleição de Barack
Obama. Por meio de um artigo (impresso), o líder revelou, seis meses antes, como seria
a votação. Sim, seis meses antes fora publicado um estudo mostrando detalhadamente
quanto republicanos e democratas receberiam de votos. O que aconteceu? Resultados
ipsis litteris, com pequenas correções. Foi a sociedade americana que gerou dados e
criou as tendências que resultaram em “vendas” ao aspirante ao governo ou ao can-
didato à reeleição. Por meio da TI, meu caro. A informação em seus mínimos detalhes.
Informações contemporâneas ao momento do gráfico? Lembra que disse no começo
que pintar papel será cada vez mais complicado. Pois bem, é a hora certa de rever
alguns conceitos e derrubar paradigmas. Perceba que com informação pessoal, nem
sempre intransferível, a gráfica aprende a criar demandas nobres, imprimindo a essên-
cia do cliente. Ou do cliente do cliente, como alguns gostam de dizer. Com informação
de qualidade em mãos é possível antecipar as necessidades e usar a criatividade
aflorada que, afinal, é inerente ao segmento definido como arte, artes gráficas.
As ferramentas para tal compilação pululam incessantemente. Há uma miríade de pro-
dutos e serviços que “conversam” com todas as plataformas existentes, seja da pré-
-impressão ao web to print, sem preconceitos. É a era da comunicação sem barreiras,
mas com diversidade de opções.
Em solo brasileiro vivemos atualmente um período de inquietação, com manifestações
em todos os rincões. É evidente que as cobranças, no final das contas, focam a erra-
dicação da corrupção. Assim se faz, também, o momento de embalar novos negócios.
É permitido usar e abusar da tecnologia, de fazer
o papel do País ser impresso de todas as formas e
tamanhos.
Coloque seu bloco na rua, parta em busca daquilo
que ainda não foi impresso e apresente ao merca-
do. Não há outra maneira de diversificar serviços e
soluções que não beire o sair da zona de conforto,
ter ânsia pelo admirável mundo novo.
Quem sabe o mesmo cliente que você conseguiu fi-
delizar, com tanta luta e suor, não tenha um budget
desenhado para novas ideias de impressão? Quem
sabe este mesmo cliente tenha a necessidade de
apresentar seus pontos fortes para aquele público
que ele mesmo até agora não conhece?
Quem sabe, você gráfico, consiga abrir os olhos do
seu cliente e mostrar que, por meio das ferramen-
tas de TI e das máquinas poderosas do seu parque
gráfico. há um target pronto para investir?
Será que não há demanda para pintar o sete, bor-
dar o oito e finalizar o nove? Nota 10 para quem
conseguir.
Saudações Graphprintenses!
Fábio Sabbag