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ARTIGO
GRAPHPRINT MAR 13
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Como já citado no artigo anterior, “Pen-
samento Lean Manufacture: Conscienti-
zação e foco no período de implantação
– parte 01”, a definição de Pensamento
Lean consiste em eliminar os desperdí-
cios da produção e em gerar um conjunto
de conceitos e princípios que visa o modo
como uma organização produz valores
para os seus clientes. Porém, focando no
desperdício e nas barreiras de implanta-
ção do Lean, geramos valor quando eli-
minamos do nosso processo produtivo,
atividades, procedimentos e operações
que geram tempos improdutivos, produ-
tos defeituosos ou esforços improdutivos.
Observe exemplos aplicados na indús-
tria gráfica por meio das 7 perdas fun-
damentais:
Excesso de produção:
Este o gráfico
entende bem. Realmente uma pedra no
sapato de muitas empresas. Muitos or-
çamentos já possuem a famosa frase “a
gráfica se reserva no direito de produzir
10% a menos ou a mais do produto em
questão”. Algumas empresas com dificul-
dade de controle de tiragem e desperdício
entre setores costumam produzir até 15%
acima de sua tiragem para evitar o pro-
blema. Porém, o desperdício é eminente.
Ninguém está pagando por este excesso.
Imagine esta dinâmica multiplicada aos
volumes de trabalhos por dia, vezes se-
manas e você terá um numero assustador
de desperdício mensal dos mais variados
tipos de custos possíveis (hora/maquina,
Pensamento Lean Manufacture:
conscientização e foco no período de
implantação.
Por Sílvio Nicola – consultor gráfico
matérias primas, hora/homem e etc.).
A barreira aqui está no comprometimento
e na reeducação do colaborador indus-
trial. Ele precisa entender que qualquer
desperdiço estará impactando direta-
mente na saúde da empresa e em todas
suas vertentes. Todos perdem com isso.
Inclusive o próprio colaborador. Os con-
troles do processo e seu monitoramento
devem ser importantes para o colabora-
dor e coordenador. Faça-os entender isso.
Treine, retreine, conscientize, catequize.
Seja perseverante e crie prazos curtos e
metas. Cobre sempre os resultados.
Excesso de estoque:
Mesmo que inter-
mediário, devemos concentrar todo nosso
esforço para que possamos reduzi-los ou
eliminá-los na totalidade. Além de de-
masiado espaço de armazenamento, há
constantes riscos de deterioração des-
tes materiais por acondicionamento. Em
uma de minhas medições pude chegar
ao número lamentável de 35% do total
de desperdício final (invisível aos gesto-
res) sobre o produto físico impresso não
conforme e materiais não conformes para
a produção. Eles são gerados por man-
tas de bobinas excessivas, por umidade,
produtos impressos mal acondicionados,
resmas de papéis, tintas, chapas, telas
serigráficas, materiais plásticos, PVC...
As causas são inúmeras. Geralmente os
excessos de estoque podem lhe informar
quantos gargalos existem em sua fábrica,
porém mais proveitoso ainda, pois níveis
baixos de estoques revelam problemas
em oculto que têm correlação direta com
a produção. É o famoso “iceberg”.
Transportes:
O transporte pode ser aqui
traduzido como desperdício de tempo
e energia. Eis aqui um grande exemplo
ilustrativo. Ordem de produção ou ordem
de pedido faltando informação. Pastas
de produção, faltando prova contratual,
prova de cor, e informações para o ope-
rador. Porém a coisa se estende a exem-
plos maiores que este, como arquivos
sem fechamento, compra de materiais e
etc... Deslocações excessivas de pessoas,
materiais e informação, resultando em
desnecessário tempo e energia. Muitas