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OPINIÃO
GRAPHPRINT MAR 13
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A Scortecci nasceu em agosto de 1982 e
edita, imprime e comercializa livros em
pequenas tiragens. A empresa conserva
os mesmos objetivos e propósitos desde
a sua fundação: publicar livros, promover
concursos e prêmios literários, realizar
recitais e eventos culturais, organizar an-
tologias, incentivar o hábito da leitura, di-
fundir a cultura e o conhecimento através
de cursos, palestras e oficinas literárias.
Fazem parte do Grupo Editorial Scortecci:
Scortecci Editora, Fábrica de Livros, Pin-
go de Letra, Gráfica Scortecci, Escola do
Escritor, Livraria Asabeça e os portais na
internet Amigos do Livro, Portal Escritor e
Concursos e Prêmios Literários.
Nos últimos anos, a partir de 2005, a Scor-
tecci ampliou suas parcerias. Foram de-
senvolvidos projetos com a União Brasilei-
ra de Escritores (UBE), Rede de Escritoras
Brasileiras (Rebra), Parceiros do Livro, RR
Donnelley, Agência de Negócios, livrarias
Cultura e Martins Fontes, GSC Eventos Es-
peciais e Canon do Brasil.
Hoje a Scortecci edita, em média, dois tí-
tulos por dia. São mais de 6 mil obras em
primeira edição. Seus autores estão espa-
lhados por todos os estados brasileiros e
também em países da Europa, Américas
do Norte, Central e Sul, Oceania e África.
Contrário a possíveis protecionismos,
Scortecci deseja condições iguais e mu-
danças estruturais como menos impostos
e uma CLT justa.
GRAPHPRINT: A entrada da Amazon no
mercado nacional no início de 2013 pode
mudar a regra do jogo com as gráficas.
A maior varejista online do mundo já ar-
ticula a obtenção do catálogo digital de
grandes editoras brasileiras, para operar
no País com uma abordagem inteira-
mente voltada para a comercialização
de livros virtuais. Acredita em queda nas
vendas do livro impresso?
Scortecci:
De início não. Em médio prazo
sim. Tudo vai depender da postura que as
gráficas adotarem junto ao mercado e em
especial do segmento editorial. Mudan-
ças são oportunidades. Desafios também.
Engana-se quem acha que os piratas do
caribe terão vida fácil no Brasil. Vão pre-
cisar jogar com a nossa bola. Temos um
mercado maduro e experiente. Resta sa-
ber se vamos entregar o jogo ou não.
GRAPHPRINT: O acontecimento mobiliza
gráficas e editoras do País na adoção de
medidas protecionistas que impeçam a
estagnação do comércio de livros im-
pressos? Quais estratégias estão sendo
tomadas?
Scortecci:
Sou contra protecionismo ou
qualquer tipo de reserva de mercado.
Um grupo atento aos movimentos do setor
Nesta entrevista, o diretor presidente do Grupo
Editorial Scortecci, João Scortecci, mostra
sua opinião em relação aos livros virtuais.
Para Scortecci, em médio prazo haverá queda
nas vendas de livros impressos, porém tudo vai
depender das ações das gráficas, principalmente
no mercado editorial
Fábio Sabbag
Quero condições iguais para competir.
Precisamos de mudanças estruturais: me-
nos impostos e uma CLT justa.
GRAPHPRINT: Dados da Fundação Insti-
tuto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da
Universidade de São Paulo mostram que
em 2011 a comercialização de e-books
não trouxe resultados tão animadores,
totalizando R$ 870 mil em vendas. Mes-
mo assim, acredita que o livro impresso
tem um fim próximo?
Scortecci:
Animadores? A Fipe, quando o
assunto é o mercado editorial brasileiro,
me parece confusa e fora da realidade.
Estamos falando de algo perto de 1% do
mercado. Gostaria de saber quem está
ganhando dinheiro com e-books? O mer-
cado está cheio de “mentirosos”. O livro
eletrônico veio para ficar e deverá ter nos
próximos anos parcela significativa no
segmento. Na verdade o problema maior
é outro: onde estão os leitores? É disso
que precisamos. Infelizmente, nada, ou
quase nada, está sendo feito na formação
de novos leitores.
GRAPHPRINT: Há investimentos previs-
tos para o ambiente digital?
Scortecci:
Sim, só que com calma. Não há
nada que justifique a pressa que tomou de
assalto a vida dos tataranetos de Gutenberg.
João Scortecci, diretor presidente do Grupo Editorial
Scortecci