Page 3 - 127

Basic HTML Version

3
GRAPHPRINT NOV 12
EDITORIAL
Mordomo gráfico? Por quê?
Num hotel cinco estrelas de Buenos Aires, capital da Argentina, “los herma-
nos” atendem a nata da sociedade mundial. Num dia ensolarado, a recep-
ção do hotel recebeu a seguinte pergunta de uma hóspede: “Onde posso
passear com o cachorro?”
Rapidamente, o Experience Manager – entenda-se mordomo – desenhou as
rotas caninas da capital portenha. Logo após, veio a dúvida: qual cachorro
a hóspede tem? Certamente, como um excelente mordomo, conhecia os
desejos de sua cliente e seus hábitos pra lá de extravagantes. Forçou sua
memória ao máximo e não se lembrou de tê-la visto com um animal.
Também veloz, a hóspede respondeu: “A verdade é que não tenho cão aqui.
Pode arrumar um? Estou com saudade do meu.”
Impossível, dirá o leitor? Xingamentos à parte – ela é hóspede, viu – e por
mais bizarro que o pedido seja, certamente, o mordomo irá realizá-lo. Em
poucas horas um belo labrador aguardava a sua “nova dona” no saguão do
hotel. Final feliz, cachorro se exercitando e hóspede matando a saudade,
por osmose, do seu bicho de estimação.
Mimo demais? Não! Os mordomos são treinados para isso, precisam ante-
cipar os fatos. É necessário colher informações dos hóspedes antes de sua
chegada ou, quando encontram um desafio, precisam equacioná-lo.
Você já atua como mordomo em sua gráfica? Sim, temos vários hóspedes
do mesmo tipo, alguns até semelhantes, outros excêntricos. Talvez, o mo-
delo de atendimento do hotel venha a ser o diferencial de uma gráfica. Por
que não criarmos mordomos gráficos com a única e exclusiva tarefa de
buscar “cachorros” que satisfaçam seus donos?
É uma alternativa que podemos copiar da indústria de turismo. Imaginem,
leitores, um mordomo gráfico para atender a conta de uma grande empresa
de cosmético ou compreender os devaneios da mente de um publicitário
explicando (ao vivo) que tais criações são (ou não) impossíveis de serem
postas em prática por meio da tecnologia de impressão existente.
Teríamos bem menos conflitos de informações e
a qualidade dos impressos aumentaria significa-
tivamente. Também aumentaríamos a oferta de
mão de obra – especializada, sem exceção.
Acho que não é tão distante essa ideia. Implici-
tamente já fazemos isso. Vai me dizer que nunca
atendeu pedidos diferentes? Claro que já.
Num mundo onde a qualidade não é diferencial e
sim obrigatoriedade, por que não inovar no aten-
dimento?
O mordomo pode ser treinado para criar uma
pré-impressão do cliente, tirar dele as reais im-
pressões e, ao término da estadia, conduzi-lo ao
acabamento.
Saudações Graphprintenses
Fábio Sabbag