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GRAPHPRINT NOV 12
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ENTREVISTA
GRAPHPRINT: Qual a sua visão do cenário atual do mer-
cado gráfico?
Barone:
Vivemos uma frenagem no crescimento industrial
do Brasil que já se configurou no primeiro semestre, não só
no sentido real, mas as expectativas citadas pelo governo de
crescimento de 4% do PIB já estão sendo revistas.
Some-se isso com as novas propostas tecnológicas de que
a própria Drupa refletiu, como, por exemplo, o digital com-
plementando o offset. Isso faz com que o cliente, que já está
acostumado com a falta de investimento, se justifique aguar-
dando um pouco mais para vir as condições. Esses fatores
diminuem os índices do mercado gráfico.
Clientes que trabalham no ramo promocional tiveram as grá-
ficas esvaziadas no primeiro semestre com expectativa de
melhora que não está se configurando. No editorial houve
um atraso do governo. Então, entramos no segundo semestre
com a sensação de que o volume de produção não vai ser de
acordo com a expectativa ideal.
Essa é uma realidade que tem como um dos lados a utilização
das impressoras inkjet digitais. Como tudo na vida é cíclico,
gerará outros tipos de negócios e cada empresa está se pre-
parando de uma forma.
GRAPHPRINT: Qual é o posicionamento dentro da área de
acabamento?
Barone:
A Müller Martini escolheu dar continuidade à tecno-
logia industrial de acabamento e aplicar o conceito aos pro-
dutos impressos desde a concepção digital.
Hoje, observamos o livro e o produto promocional, mas prin-
cipalmente os livros impressos em papel, todos iguais. O que
enxergamos nesse momento é uma produção dos mesmos li-
vros em tiragens menores, de olho na logística, que é o grande
motor para fazer o investimento voltado ao acabamento para
impressão digital. O acabamento tem de formar uma boa fila
de produção. Mas a Müller escolheu não fazer equipamento
para acabamento que tenha uma estrutura mais leve, conhe-
cida como o lado office, e sim para o lado industrial. Essa é
uma escolha para atender o mercado que imprime livros.
No caso de livros sob demanda, a primeira unidade tem de
ser vendável. O exemplo mais típico é o fotobook, no qual
toda a linha é digital, pronta para acoplar a impressoras di-
gitais. Caso seja uma empresa que produz fotobook, a partir
da internet, o equipamento proporciona a venda da primeira
unidade acabada. O conceito, então, se expande para outras
linhas da Müller Martini.
O conceito de capa dura da Müller Martini é o mais adequado
para afirmar que a perda atualmente pode ser zero. Alguns
anos atrás falar em perda zero era sinônimo de piada. Hoje,
não. O setup não pode envolver perda de material, nem de
exemplares. Na parte de capa dura o valor agregado é alto e
o livro pode ser único.
No caso das grandes tiragens, a logística de produção, o em-
pacotamento, entre outros aspectos, é de extrema importân-
cia. Pensar efetivamente na logística é uma visão de como os
equipamentos digitais podem ser úteis.
Com os equipamentos para acabamento da Müller Martini é
possível produzir coleções com a logística reduzida. A grande
diferença de formação de vendedores técnicos é o conceito
da plataforma que gerencia toda a produção gráfica.
A nossa plataforma chama-se Connex, então todos os arqui-
vos, desde o PDF no workflow, são gerenciados, e no acaba-
mento é possível coordenar toda a produção para trás. Na
Drupa, por exemplo, em diversos estandes, dos mais famosos
produtores de impressoras digitais, havia um painel da Müller
Martini que organizava a produção.
Desde 2004, a Müller Martini se preparou com plataforma
Connex e lançou a Sigmaline, na época com capacidade para
atender mil livros; hoje temos oito mil por hora, por que as
impressoras inkjet rotativas cresceram na não só na veloci-
dade linear, mas na largura do substrato. Enfim, o setup da
máquina é o grande no hall da Müller Martini. Mesmo antes
“Clientes que trabalham no ramo
promocional tiveram as gráficas esvaziadas
no primeiro semestre com expectativa de
melhora que não está se configurando.
No editorial houve um atraso do governo.
Então, entramos no segundo semestre
com a sensação de que o volume de
produção não vai ser de acordo com a
expectativa ideal. Essa é uma realidade
que tem como um dos lados a utilização
das impressoras inkjet digitais. Como
tudo na vida é cíclico, gerará outros tipos
de negócios e cada empresa está se
preparando de uma forma.“