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GRAPHPRINT JUL 12
EDITORIAL
Ciclo virtuoso
da sustentabilidade
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20, encerrada no dia 22 de junho, às 15 horas, teve saldo positivo
de acordo com o chefe da delegação do Brasil na Rio+20, embaixador
André Corrêa do Lago. No encerramento da Rio+20, a secretária de Estado
americana, Hillary Clinton, anunciou o lançamento de novo mecanismo de
financiamento para a energia limpa e defendeu as medidas que levam ao
desenvolvimento sustentável com inclusão social.
A verdade é que nenhuma decisão importante foi adotada e nenhum com-
promisso relevante foi assumido pelos governos. São fatos desanimadores,
pois os governos têm um papel fundamental na promoção da sustentabi-
lidade. Entretanto, só os Estados podem impor impostos sobre o carbono,
dar incentivos fiscais aos “first-movers”, entre tantas outras políticas pú-
blicas que, se adotadas, dariam forte impulso ao ciclo virtuoso da susten-
tabilidade.
Marina Silva disse, durante o lançamento da União Global pela Sustentabi-
lidade, que os governos chutaram a bola de volta para a sociedade civil e
para as empresas. Sinceramente, isso não é novidade para ninguém. Outra
vez, mataremos, então, a bola no peito e, da defesa ao ataque, assumire-
mos a responsabilidade coletivamente.
O pessoal do alambrado, que não marca nem desmarca ninguém, pode
avisar que a indústria de papel e celulose, por exemplo, já assumiu a ca-
misa 10 do time da responsabilidade e, ao contrário do governo, não a
repassa inconclusivamente.
Mesmo no competitivo jogo, com regras muito bem taxadas e impostos
abusivos – ambos arbitrados pelos juízes das confederações –, os jogado-
res do segmento de papel e celulose sabem que é preciso continuar em
frente, rumo à preservação ambiental. “O setor de celulose e papel é um
dos que mais discutem assuntos ligados à sustentabilidade e desenvolvem
atividades ligadas ao tema”, fala José Reinaldo Marquezini, gerente técnico
do Grupo Bignardi.
Ficou claro que é a indústria a semeadora da informação adequada. “O que
devemos fazer é divulgar mais essas práticas, levando-a ao conhecimen-
to do cidadão comum, até mesmo para desmitificar alguns conceitos que
infelizmente ainda são fortalecidos”, observa
Marcelo Meng, gerente técnico da Papirus. Leia
matéria completa sobre a sustentabilidade na in-
dústria papeleira brasileira aqui na GRAPHPRINT.
Ao assumir certas responsabilidades, que aqui
entre nós são de alçada governamental, a in-
dústria brasileira de papel, por exemplo, mostra
que é madura, detectou erros e teve a humildade
para encará-los. A indústria prova que, quando
convocada para jogar, de primeira solicita a ca-
misa 10 e comanda o meio de campo, seja ele
esburacado ou não.
No estádio da indústria, na arquibancada e na
numerada, nasce o coro que não que calar: Vo-
cês, governos e articuladores das novas políticas
ambientais, estão com vontade de mudar? Que-
rem assumir a responsabilidade? Apita o árbitro.
Saudações Graphprintenses
Fábio Sabbag