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GRAPHPRINT MAI 12
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ENTREVISTA
No mercado de consumíveis, tanto para offset como para
digital, temos mercados inexplorados que podem garantir o
tamanho que a Gutenberg precisa para prestar um serviço
excelente. E nesse momento temos o tamanho ideal para co-
brirmos todo o território brasileiro.
Revista GRAPHPRINT: A entrada na linha de consumíveis in-
dica o desenvolvimento de uma linha própria?
Tiedemann:
Estamos definindo isso ainda. Obviamente que
serão produtos de primeira linha e que não tenham oferta de-
masiada. Na impressão digital, a Komori investiu muito tanto
na linha OEM como em desenvolvimentos próprios. Mesmo as-
sim, no momento, não pensamos em fabricar. Queremos trazer
chapas e cortar as bobinas aqui, por exemplo. No quesito tintas
podemos estabelecer uma joint-venture com uma fabricante
de tintas mexicana que ainda não tem penetração na América
Latina, mas que proporciona produtos de primeira linha.
Revista GRAPHPRINT: Então, a decisão por impressoras ja-
ponesas foi acertada?
Tiedemann:
Um grande ponto positivo foi a escolha por equi-
pamentos japoneses. Hoje, sem dúvida, a tecnologia de im-
pressão vem do Japão e, depois, vai para a Europa. As fábri-
cas europeias começam a desenvolver o que vem do Japão.
Com a crise, os fabricantes europeus investiram pouco e estão
com menos recursos. É mais do que natural que os japoneses
passem na frente. Na indústria automotiva, por exemplo, há
vários acessórios que foram lançados há três anos no Japão
e os europeus estão trazendo agora. O conceito de cópia, que
definiu o oriente por muitos anos, já é passado e ultrapas-
sado. A aceitação da Komori no Brasil é muito grande, tanto
que muitos clientes pagam o custo mais alto da máquina ja-
ponesa. O que tem mais tecnologia custa mais. Os clientes
estão dispostos e pagam por isso. Assim, criamos o conceito
de decisão pela tecnologia, não pelo preço.
Revista GRAPHPRINT: O que o senhor espera da drupa?
Tiedemann:
Teremos a continuação e a comprovação da pro-
teção ecológica, que foi o grande foco da drupa passada. Os
fabricantes tiveram quatro anos para concretizar os investi-
mentos em prol do ambiente. A Komori pode mostrar que com
20 folhas já é possível começar a rodar. Não há perdas. A im-
pressão inkjet, o digital integrado ao offset, será outro tema.
Ainda no meio disso tudo, os sistemas de secagem estão sen-
do reformulados, pois o método usado atualmente consome
energia de forma absurda.
Acredito que, como os fabricantes estão com menos recur-
sos, não teremos grandes lançamentos. Os fabricantes vão
mostrar que não é preciso investir quantias significativas para
alcançar bons resultados. O mundo tem de equilibrar seu con-
sumo e preservar seus recursos. Antigamente um produto era
vencedor ao reunir qualidade, rapidez e melhor preço. Hoje, o
produto é vencedor quando agrega sustentabilidade. O preço,
muitas vezes, não manda.
O cliente moderno não fecha o olho para a sustentabilidade,
para a ecologia. Não é possível fechar o olho também para a
qualidade e para a rapidez. Preço, sim, é possível abrir mão.
O cliente atual pode abrir mão do preço, os jovens se revol-
tam com qualquer coisa que agrida o planeta. Por isso, somos
uma empresa que prospera. Quando o cliente utiliza nosso
equipamento corretamente, consegue ser próspero.
“O cliente moderno não fecha o olho para
a sustentabilidade, para a ecologia. Não
é possível fechar o olho também para a
qualidade e para a rapidez. Preço, sim, é
possível abrir mão. O cliente atual pode
abrir mão do preço, os jovens se revoltam
com qualquer coisa que agrida o planeta.”