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ARTIGO
GRAPHPRINT MAR 12
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Com a chegada de 2012 é natural que olhemos em perspectiva o ano que chega ao fim, além de
projetarmos nossos desejos e objetivos para o novo ciclo que está começando. Para quem está
à frente de uma entidade com centenas de associados, como é o nosso caso, faz-se também
necessário que prestemos contas de nossas realizações. Colocando na balança tudo o que
fizemos desde março de 2011, quando assumimos a presidência da Câmara Brasileira do Livro
(CBL), podemos afirmar, sem medo de errar, que conseguimos colocar esta entidade entre os
atores centrais na defesa do livro e da leitura no Brasil.
E não poderia ser diferente para uma casa com 65 anos de tradição, completados justamente
nesse profícuo 2011. A criação de um circuito unificado para as feiras de livros e o apoio às
principais feiras e eventos no Brasil e fora dele, a organização do 2º Congresso Internacional
do Livro Digital, e a forte atuação institucional da CBL frente às demais organizações do mundo
do livro são apenas alguns dos frutos do trabalho realizado ao longo de 2011. Isso sem falar no
sucesso do 53º Prêmio Jabuti, cuja cerimônia bateu recorde de público, com 1.200 convidados.
É parte da história da CBL o apoio e participação nas feiras e eventos do livro País afora. Foi,
inclusive, por uma iniciativa de um ex-presidente desta casa que a CBL passou a promover, ainda
na década de 80, eventos semelhantes à Bienal do Livro de São Paulo pelo interior do Estado,
proposta que, mais tarde, ganharia outras cidades brasileiras.
Para manter a tradição, em 2011 estivemos em mais de uma dezena de feiras, eventos e bie-
nais regionais, entre elas as de Guarulhos, São Bernardo do Campo, Maceió, Belém, Brasília,
Recife, Passo Fundo, Porto Alegre, Ribeirão Preto, Goiânia e as festas literárias de Paraty e
Pernambuco (Flip e Fliporto, respectivamente).
Nesse contexto, vale destacar também as parcerias da CBL com a Fundação Biblioteca Nacional
(FBN) e o Ministério da Cultura, que resultaram, entre outras coisas, na criação do Circuito Na-
cional de Feiras de Livros. A iniciativa, que estabeleceu um calendário nacional unificado para
essas feiras, deve incentivar cada vez mais a realização desses eventos, cuja contribuição maior
é difundir a importância do livro e da leitura para a formação de um país mais democrático.
Ainda como resultado dessa aproximação, a CBL tem apoiado e recebido apoio da FBN em
uma série de outros assuntos, como no projeto de concessão de bolsas de tradução para a
internacionalização da literatura brasileira e nas futuras homenagens ao Brasil nas feiras de
Bogotá-2012 e Frankfurt- 2013.
E por falar na maior feira do livro do planeta, em Frankfurt-2011 o estande brasileiro organizado
pela CBL e parceiros contou com a participação de 52 editoras. Boa parte delas é integrante do
Brazilian Publishers, uma parceria da CBL com a Apex-Brasil que tem como meta viabilizar a
venda de direitos autorais brasileiros no mercado internacional. Em 2011, o Brazilian Publishers
promoveu também cursos e encontros preparativos para eventos internacionais, assim como um
bem avaliado Projeto Imagem, que trouxe jornalistas e formadores de opinião de vários países
para conhecer o mercado editorial brasileiro por ocasião da Feira Literária de Paraty.
Ainda no campo internacional, a CBL participou, também em 2011, da Paris Cookbook Fair, da
Feira do Livro Infantil de Bologna, e das feiras de Madri e de Guadalajara. A entidade também
tem acumulado quilometragem internacional através do intercâmbio de experiências no Grupo
Ibero-americano de Editores (GIE) e no Centro Regional para el Fomento del Libro en América
Latina y el Caribe (Cerlalc). No âmbito associativo, a CBL contabilizou mais de 500 alunos na
Escola do Livro, iniciativa voltada para a profissionalização do mercado, que em 2011 realizou
18 encontros em São Paulo e Belo Horizonte. Ressaltamos a parceria que fechamos com as Câ-
maras Mineira e Cearense do Livro, que realizaram cursos em parceria com a Escola do Livro.
O ano de 2011 também foi marcado pela segunda edição do Congresso Internacional CBL
de Livro Digital, que já figura como referência para o mercado diante das transformações
que as novas tecnologias irão provocar nos próximos anos. O evento contou com a partici-
Avanços de 2011 elevam
responsabilidade pela
difusão da leitura
Por Karine Pansa*
pação de mais de 500 congressistas e de
palestrantes brasileiros e estrangeiros. A
CBL entende que as novas mídias digitais,
como o e-book, devem se integrar ao livro
tradicional, ampliando o acesso à leitura
no Brasil.
E se o assunto é tecnologia, encontra-se
em fase final de implementação o Cadas-
tro Nacional do Livro (Canal), que nasceu
de uma parceria da CBL com a FBN e a
Federação dos Grêmios de Editores da
Espanha. A plataforma, baseada na in-
ternet, irá unificar todas as informações
relativas aos livros editados no Brasil,
disponibilizando-as para todos os elos do
mercado editorial. A CBL também iniciou
em 2011 o processo de catalogação dos
livros digitais comercializados no merca-
do brasileiro.
Para o ano que se inicia, as perspectivas
são as mais animadoras, o que nos dá
uma responsabilidade ainda maior. Além
das feiras nacionais e internacionais, e da
3ª edição do Congresso Internacional CBL
do Livro Digital, que já está fase de em
preparação, 2012 será o ano da 22ª edi-
ção da Bienal Internacional de São Paulo,
cuja pedra fundamental foi lançada em
setembro, por ocasião do 65º aniversário
da CBL. A pré-venda dos espaços já está a
todo vapor e a nossa expectativa é de que
a o evento supere em números a Bienal
anterior. Diante de tantas realizações em
2011, gostaríamos de desejar a todos os
profissionais que fazem do livro seu ofício
um ano ainda mais proveitoso para a difu-
são e democratização da leitura em nosso
país. Um ótimo 2012!
* Karine Pansa é empresária e presidente
da Câmara Brasileira do Livro (CBL)