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GRAPHPRINT DEZ 11
EDITORIAL
Molduras boas não restauram
quadros ruins
O título do editorial serve exatamente para que em 2012 pensemos – e
executemos – ações em prol do ambiente. Não adianta ter a fachada
de sua empresa linda, exuberante, se nas suas entranhas todo o re-
síduo gráfico não tenha sido tratado ou reciclado antes de entrar em
contato com a natureza.
A preocupação vale para todos. Fornecedores de tintas, vernizes e
outros insumos químicos buscam a todo instante a matéria-prima
mais sinérgica com a natureza e proveniente de recursos inesgotá-
veis. Segundo a pesquisa “Emissão de Relatórios de Responsabilidade
Corporativa 2011”, da KPMG Global, as empresas brasileiras foram as
que mais expediram Relatórios de Sustentabilidade (RS) entre as dos
países emergentes que fazem parte do bloco do BRIC. A análise incluiu
as 250 maiores companhias listadas na Fortune Global 500 para 2010,
em uma relação chamada de G250, e as cem maiores nacionais por
receita (N100) de 34 países, dentre eles o Brasil, distribuídas por 15
setores industriais em um total de 3.400 empresas avaliadas. A pes-
quisa apontou que, no Brasil, 88% das empresas emitem relatórios
de responsabilidade corporativa ou de sustentabilidade (RS), 10% a
mais do que o registrado no último estudo, divulgado em 2008, colo-
cando o Brasil em sexto lugar no ranking global, atrás de países como
Inglaterra, Japão e Dinamarca, mas à frente de Estados Unidos, Fin-
lândia, Holanda e Canadá. Em comparação com os outros países do
BRIC, o Brasil é atualmente o que mais se preocupa com o tema. Para
ter acesso aos dados do estudo (em inglês), visite o endereço:
Uma vez na liderança, o
difícil não é continuar, é se manter.
Na entrevista do mês, Fabio Arruda Mortara, presidente da Abigraf na-
cional, defende veementemente a questão de investir 10% do Produ-
to Interno Bruto (PIB) na educação. Ele fala também das propostas
que trariam benefícios para a educação, saúde e segurança alimentar.
Entre elas está a desoneração do setor caderneiro, a ampliação dos
programas governamentais de compra de livros e a isenção de im-
postos sobre as embalagens de remédios e produtos que compõem a
cesta básica. Por fim, e não menos importante, fora aventada a cria-
ção de linhas de crédito com juros diferenciados para o investimento
em produção limpa nas gráficas. É uma causa
justa e importante. Temos de identificar como
é a nossa pegada de carbono e transformá-la
em crédito. No artigo “Sustentabilidade na in-
dústria gráfica: o benefício que você não vê”,
desenvolvido por Antonio Márcio Mineo, espe-
cialista de solução da Kodak, e Leandro Gomes
Ferreira, gerente de conta para soluções de
pré-impressão, ambos da Kodak, eles afir-
mam: “Quando falamos em sustentabilidade,
devemos nos afastar e tentar olhar a cadeia
como um todo, nos livrando dos conceitos de
venda e focando na realidade da produção. Sei
que para quem, como eu, vive o dia a dia de um
fabricante para soluções gráficas, essa tarefa
pode ser um pouco difícil, mas não podemos
esquecer que nosso foco sempre é a satisfa-
ção do cliente e devemos ter essa bandeira à
frente de todas as nossas ações.”
Que as condições mercadológicas de 2012
brindem-nos com uma tela admirável, afinal, a
moldura é ótima e está pronta.
Saudações Graphprintenses
Fábio Sabbag