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GRAPHPRINT SET 11
EDITORIAL
Nem todo mar vai virar sertão
Matérias fechadas, me pego pensando como farei o editorial desta edição. Ideias
brotam, poucas são selecionadas; ao menos, estão surgindo. Andei pela redação,
conversei com o pessoal do comercial, tomei um cafezinho e nada de brotar aque-
la, sabe qual? Tudo bem, logo vem.
Resolvi navegar na internet em busca de informações úteis, como qual é o horário
do jogo do meu time, saber da última contratação, enfm um pouco de esporte não
faz mal a ninguém. Desisti. Defnitivamente meu time não contratou ninguém e
acho – escrevi acho – que nem vai conseguir reverter o resultado adverso, mas
isso é outra conversa.
Num piscar de olhos, característica inerente à internet, achei a notícia que pesqui-
sadores do Observatório Nacional encontraram evidências de um rio subterrâneo
de 6 mil quilômetros de extensão que corre embaixo do rio Amazonas, a uma
profundidade de 4 mil metros. Já parou para pensar na quantidade de coisas que
correm, que passam, as oportunidades que perdemos e que, simplesmente, não
conseguimos ver.
Agora mesmo na indústria gráfca deve estar correndo um rio caudaloso de opor-
tunidades e muitas vezes nos pegamos falando: “Tá complicado, o mercado está
parado, não conseguimos fechar um pedidinho sequer.” Ou pior: pode ser que esse
rio corre há anos embaixo das nossas solas ou acima do nosso pensamento e, sim-
plesmente, não o vimos. Ou não temos a humildade sufciente para enxergá-lo.
O curioso é que no caso do rio subterrâneo descoberto na Região Norte, ambos
os cursos d’água têm o mesmo sentido de fuxo, de oeste para leste, mas se
comportam de forma diferente. Cá entre nós, o nosso rio gráfco, muitas vezes,
trabalha exatamente assim.
Aqui, no rio de notícias da GRAPHPRINT, posso mostrar-lhes alguns afuentes que
podem ter sido encobertos pela mata densa do foco único. No afuente conhe-
cido como prestadores de serviços (acabamento), fauna e fora são versáteis e
amplas. A natureza do acabamento gráfco é infnita em texturas, aromas, lamina-
ção, dobras, cortes, entre outros. Não venha me dizer que o acabamento gráfco
diferenciado envolve valores elevados, pois, como diz um conhecido profssional
do segmento, quem pensa em preço acaba vendendo, única e exclusivamente,
preço. Temos de procurar, inventar e incentivar o famigerado valor agregado. O
rio, subterrâneo ou não, vai passando e quem teme águas passada não nada em
rio de costas.
Particularmente, acho que os prestadores de serviços de acabamento deveriam
bater na tecla da diferenciação e margear o mercado com acréscimo de quali-
dade. As repostas da pauta, invariavelmente, acabam na questão do valor. É uma
opinião pessoal.
Mauricio de Sousa, sim, o pai da Mônica e de sua turma toda, que vende seus rios
de impresso, em entrevista exclusiva concedida à GRAPHPRINT afrmou que tudo
isso – tecnologias como iPad, iPhone, ebooks – cabe muito bem, obrigado, no
papel pintado. Isso não quer dizer que a Mauricio de
Sousa Produções não olhe para a tecnologia. Pelo con-
trário, a turma toda já fora convergida para o ambiente
digital e, mesmo assim, veja a opinião do empresário:
“Todos nós da civilização do papel queremos continu-
ar apostando no papel pintado. É por meio dele que
exploramos o tato, o olfato, o paladar, entre outros. E,
convenhamos, é bem mais gostoso pegar no papel do
que pegar na tela fria do computador.” Tudo é válido,
mas que o nosso papel pintado vai muito bem, obriga-
do, com qualquer conteúdo, isso vai; né Mauricio?
Agora, nesse exato instante, qual é a estimativa do vo-
lume que preenche a impressão digital, por exemplo.
Não sei, porém águas caudalosas estão por vir. O que
sei, e foi colando da internet, é que a vazão média do
rio Amazonas é estimada em 133 mil metros cúbicos
de água por segundo. O tal fuxo subterrâneo contém
apenas 2% desse volume, uma vazão de 3 mil metros
cúbicos por segundo. Tomara a demanda de impres-
são aumente em 2% dia após dia. Conseguiremos, en-
tão, fundar novos açudes, que podem se transformar
em riachos e que, logo adiante, irão desembocar nos
grandes rios. E como todo rio corre para o mar, nem
todo mar vai virar sertão.
Saudações Graphprintenses
Fábio Sabbag