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ENTREVISTA
GRAPHPRINT SET 11
12
preferência os romances, que é o que vende. Então, Rosinhas e
algumas outras mocinhas vão agitar o pedaço.
Lidaremos também com psicólogos para formatar esses per-
sonagens e iremos visitar algumas fazendas e regiões para
fazer pesquisa de campo. Quem sabe não descobrimos um
novo personagem? Uma
nova saga com o Chico
Moço está sendo prepa-
rada. A própria Turma da
Mônica vai envelhecer no
tempo justo, hábil e cro-
nológico. Daqui a 40 ou 50
anos a Mônica vai enve-
lhecer, mas daqui a três,
quatro anos ela pode fcar
noiva, depois ter flhos...
GRAPHPRINT:
Depois se casa
com o Cebolinha, certo?
MAURICIO DE SOUSA:
Não
sei, não sei. Vai depender
muito de como cada um
vai se comportar. Depende
muito do destino e na his-
tória em quadrinhos quem
faz o destino é o leitor. Foi
ele quem transformou a
Mônica num personagem
tão forte, por exemplo.
GRAPHPRINT:
E o felpudo
cachorro verde do Ceboli-
nha vai encontrar uma fel-
puda fêmea para casar?
MAURICIO DE SOUSA:
Essa eu posso contar. Acredito que ele
vai encontrar um esfregão qualquer.
GRAPHPRINT:
Brincadeiras à parte, o que acha da impressão
sob demanda?
MAURICIO DE SOUSA:
Nós temos um projeto para fazer uma
livraria virtual que aceite encomendas de produtos espe-
ciais ou coisas que já foram publicadas. Poderemos mandar
virtualmente ou em papel
impresso. Nesse exato mo-
mento produziremos livros.
Na Bienal do ano passado,
lançamos 27 livros. Cada
vez quero fazer mais livros.
Lançaremos uma linha de
“graphic novels” para que
possamos sair por uma tan-
gente diferente, com expe-
rimentações gráfco-flosó-
fcas, distantes de assuntos
infantis.
Resumidamente usaremos
muito papel, nossas tira-
gens são grandes. Enquan-
to um livro tira de 5 mil a 10
mil exemplares, os últimos
da Mônica Jovem, com a
Melhoramentos, saíram
com 115 mil. Todos nós da
civilização do papel que-
remos continuar apostan-
do no papel pintado. É por
meio dele que exploramos o
tato, o olfato, o paladar, en-
tre outros vários sentidos.
E, convenhamos, é bem
mais gostoso pegar no papel do que pegar na tela fria do
computador. Papel marca, fca para sempre. A luz da tela fria
de um iPad é fugaz.
“Continuo vendendo meus milhões de revistas do mesmo jeito. Sai um leitor, que acha
que virou adulto, e entra outro. O Brasil é um país cheio de crianças, felizmente. Os países
nórdicos, por exemplo, possuem um indicador baixíssimo de natalidade.”
“Usaremos muito papel, nossas tiragens são grandes. Enquanto um livro tira de 5 mil a 10
mil exemplares, os últimos da Mônica Jovem, com a Melhoramentos, saíram com 115 mil.”