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GRAPHPRINT AGO 11
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ENTREVISTA
empresa. O que normalmente fazemos, quando começamos
um projeto, é um levantamento de todos os custos internos
que o cliente vai ter e comparamos com aquilo que realmente
é dispensado para produzir determinado produto. Apontamos
assim quanto o cliente gastaria para produzir em digital. Vale
lembrar que sempre que falamos em digital lidamos com da-
dos variáveis, com a possibilidade de personalizar o produto
final, o que em offset não é possível.
Um mercado muito forte mundialmente, inclusive no Brasil,
é o transpromocional. Nesse nicho existem empresas espe-
cializadas em bancos de dados para impressão de contas de
consumo, como extratos bancários, cartões de crédito, contas
de luz, tevê a cabo, etc.
Hoje em dia sempre se fala, no segmento transpromocional, de
impressão em papel pré-impresso em offset; depois vem a tec-
nologia toner para imprimir os dados variáveis. Por isso, fizemos
um estudo com a Printlaser, gráfica que utiliza as duas tecnolo-
gias, ou seja, uma imprime via toner e a outra usa inkjet. Nosso
equipamento está lá há aproximadamente três anos, numa linha
de produção, e comprovamos que, mesmo imprimindo somente
em preto, no equipamento da Screen a folha impressa é por volta
de 40% mais barata que o impresso PB em toner.
O transpromocional é um mercado que está crescendo muito.
A demanda que é absorvida pelos equipamentos da Screen
que estão na Printlaser cresceu 400%. Há ainda a possibi-
lidade de personalizar, fazer a propaganda direcionada ao
público-alvo. Com isso o conceito de publicidade irá mudar
e as agências ainda não estão 100% prontas para trabalha-
rem com esse produto. É preciso conscientizar o público ou
a agência de propaganda para que esse modelo de negócio
seja usado de maneira correta.
GRAPHPRINT: O grande negócio da Screen continua sendo
equipamento para pré-impressão?
Cialone: No Brasil, sim. Mesmo direcionando esforços para a
impressão digital não esquecemos o mercado de CTP. Nem
podíamos, pois temos algo em torno de 16 mil equipamen-
tos vendidos no mundo, somos líderes de mercado aqui no
Brasil. A Screen não vai deixar de trabalhar com CTP, tanto é
verdade que estamos lançando dois novos equipamentos.
GRAPHPRINT: Esse olhar mais apurado e o aumento de in-
vestimento no mercado brasileiro são indicadores de uma
fábrica local?
Cialone: É muito cedo para falar em fábrica, mas acho que
o Brasil, teoricamente, seria um ótimo lugar para se ter uma
fábrica, pois o custo de produção é um dos mais baixos mun-
dialmente. Por outro lado, elevadas cargas tributárias e altos
impostos deixam o produto final não competitivo. Enfim, por
enquanto é cedo. Pensar numa estrutura mais completa hoje
é mais real. A marca Screen sempre foi difundida no merca-
do, mas vamos fortalecê-la ainda mais.
“Sentimos que outros fabricantes, aqueles que historicamente são 100% toners, já estão mudando
de ideia e querem apresentar equipamentos inkjet para o mercado de impressão digital.”
“Apostamos muito no mercado editorial, na impressão editorial. Entendemos que na produção
de livro as tiragens irão diminuir cada vez mais e é importante dar ao mercado a possibilidade
de imprimir sob demanda.”