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GRAPHPRINT JUL 11
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ENTREVISTA
Fábio Sabbag
rentes definições e interpretações sobre sustentabilidade, as quais compartilhavam a ideia de união entre economia, sociedade
e ambiente. É interessante notar que esse levantamento foi realizado no ano de 1994.
Hoje se sabe que a palavra sustentabilidade significa a interação de duas coisas: uma sustenta e outra é sustentada. Portanto,
quem sustenta é o ambiente e quem é sustentada é a economia. Paulatinamente, a sustentabilidade começa a se evidenciar
na indústria gráfica e a busca pela certificação FSC é a última grande tendência do mercado gráfico. Por isso, a Control Union
Certifications, órgão certificador acreditado pelo ASI para a realização de auditorias e emissão de certificados, dentre eles o do
FSC, oferece um one-stop-shop para uma ampla gama de programas de certificação. “Nós apreciamos o reconhecimento global
e acreditação, bem como emitir os certificados que são aceitos pelas autoridades em quase todos os países do mundo”, fala
Julio Chagas Pelegrineli, engenheiro florestal e certificador de cadeia de custódia FSC da Control Union Certifications BV.
Nesta entrevista, Pelegrineli explica que conquistar o selo FSC é mais fácil do que conquistar certificação ISO, por exemplo.
Certamente seu cliente, se ainda não o fez, fará a solicitação, assim como grandes corporações. Hoje, até uma escola de inglês
do seu bairro exige (ou pode exigir) a presença do selo FSC em seus impressos.
Fiquem atentos e notem que o selo FSC não é obrigatório. O cliente, consumidor final ou empresa, pode exigi-lo a qualquer
instante. Conforme diz Pelegrineli, atualmente a maior demanda no setor é representada pela certificação FSC: “Pequenas
empresas, grandes instituições financeiras e também o governo, de forma geral, estão se tornando cada vez mais conscientes
das ameaças a saúde, segurança, vida selvagem e ambiente. Há alguns anos começaram a exigir que a origem, conteúdo,
procedimentos de fabricação e transporte das mercadorias que utilizam devam cumprir com normas de comércio justo e de
responsabilidade. E isso é verdade em quase todos os setores de mercado na economia global.”
GRAPHPRINT: Como se dá a atuação da Control Union Certifica-
tions?
Pelegrineli: É uma empresa membro do Grupo Peterson Control
Union, que foi fundado pela família Peterson em 1920 e se especiali-
zou na área de inspeções, verificação, controle e análise de produtos
e no transporte e logística. No Brasil, a empresa iniciou os seus tra-
balhos com a divisão de garantias agrícolas e inspeção portuária há
dez anos e logo iniciou suas atividades de certificação.
Dentro do segmento gráfico atuamos somente com o selo FSC. Já
pensamos em atuar com ISO 9001 ou 14001, mas não encontramos
demanda que justificasse nossa entrada. A Control Union é basica-
mente uma certificadora do ramo agropecuário. O FSC é de nascença
uma certificação de base florestal e como a demanda no setor gráfi-
co explodiu nos últimos dois anos acabamos nos especializando no
setor gráfico. Treinamos nosso pessoal para trabalhar com gráfica
e com a cadeia de fornecimento da indústria, como distribuidores,
fabricantes de papel e manejo florestal. As gráficas representam
quase 80% do que temos de FSC.
GRAPHPRINT: O que a gráfica precisa fazer para conquistar o selo FSC?
Pelegrineli: Basicamente precisa cumprir os requerimentos das nor-
mas do FSC para a cadeia de custódia. Os requisitos do FSC en-
volvem rastreabilidade dos insumos, treinamento de funcionários,
enfim todos os sistemas de controle que é determinado pelo FSC.
A gráfica precisa implementar os requisitos no sistema de controle
que já possui, pois já trabalha com softwares que acompanham o
seu processo de produção.
E não é só conquistar, é preciso manter o selo FSC. A norma padrão
do FSC já solicita um responsável; aliás, é um dos primeiros requisi-
tos a indicação de um responsável para tratar das normas. Não é um
processo complicado, é mais simples do que uma ISO, por exemplo.
GRAPHPRINT: Qual é o argumento fundamental para que uma grá-
fica parta em busca do FSC?
Pelegrineli: A ideia é justamente justificar a rastreabilidade do ma-
terial, comprovando ao consumidor final que ele é de origem certi-
ficada, que vem de floresta remanejada. Só é possível usar o selo
FSC se realmente comprovar que a matéria-prima é proveniente da
floresta responsável. Hoje, a utilização do logo FSC é bem mais flexí-
vel do que antigamente. Tínhamos nos padrões antigos, no máximo,
“Os preços caíram por causa da demanda e uma gráfica de médio porte se certifica por R$ 20 mil
ao longo de cinco anos, com quatro avaliações e possíveis visitas surpresas.”