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GRAPHPRINT JUN 11
EDITORIAL
Todos juntos somos fortes;
somos flecha e somos arco
Já dizia Chico Buarque na letra da música Todos Juntos: ...Todos nós no mesmo barco
não há nada pra temer; ao meu lado há um amigo que é preciso proteger. Todos juntos
somos fortes, não há nada pra temer.
Quando decidimos realizar o I Fórum GRAPHPRINT de Tecnologia e Gestão da Indústria
Gráfica – evento que rodará o Brasil inteiro e a próxima parada será no Rio de Janeiro
–, na cidade de Recife (PE), de 8 a 9 de junho, no Mar Hotel, sabíamos, enquanto
publicação referência do setor gráfico, que o desafio não seria fácil. E não foi.
O trabalho começou com a ida da diretoria e da redação da Agnelo Editora para
Recife, no mês de março, com o intuito de divulgar o evento. Após realizarem o
trabalho em solo nordestino, Agnelo de Barros Neto, diretor presidente da Agnelo
Editora, e Marcos Mila, editor-chefe da redação, voltaram surpresos, positivamente.
Juntos, notaram que as gráficas da região estavam muito bem montadas, modernas
e com equipamentos de ponta.
Tudo certo. Além de disseminar a informação por esse mundão afora, havíamos
escolhido uma região próspera e ansisosa por conhecimento. Pegamos o voo para
Recife. Ansiosos também estávamos; sabemos que, além de formentarmos o mercado
com informações precisas e contemporâneas, temos o compromisso de oferecer
o melhor a todos: particapantes, apoiadores e patrocinadores, que confiam na
credibilidade da Agnelo Editora. Demos o máximo de cada um, podem ter certeza.
E aconteceu. Durante dois dias sentimos um público ávido por informação. As palestras
que mais receberam perguntas foram: Certificação Florestal – selo FSC e a questão
da gestão familiar na indústria gráfica. Notamos que a questão do selo FSC ainda é
incipiente na região; muitos gráficos nem sequer sabiam de sua existência.
A gestão profissional e a escassez, evidente, de mão de obra especializada foram
pontos de destaque. Hoje, a Região Nordeste sofre com a falta de líderes gráficos; há
oferta de trabalho na indústria gráfica, mas os profissionais migram, por exemplo, para
o Complexo Industrial de Suape. “Sabemos por estatísticas que cada vez que o País
cresce mais de 4% ao ano falta mão de obra qualificada. Levando-se em consideração
que o PIB de Pernambuco cresceu 9,3% no ano passado, verifica-se o quanto é grave o
problema enfrentado pelo setor. Esse quadro se agrava quando se verifica a migração de
mão de obra para outros setores, principalmente para empresas instaladas no Complexo
Industria de Suape. É um fenômeno que preocupa grande parte dos empresários gráficos
e tem sido, também, objeto de estudos por parte do governo. Falta, contudo, uma ação
mais eficaz em termos de capacitação profissional e de apoio público que possa conter
essa migração descontrolada de trabalhadores de outros segmentos para o polo de
Suape”, falou Eduardo Carneiro Mota, presidente da Abigraf – PE.
Os palestrantes, sem combinar entre si, diga-se de passagem fincaram a bandeira do
valor agregado, do produto diferenciado. Há, sim, como invovar no mercado. Marcelo
Moraes, consultor de negócios da Agfa para a Região Norte e Nordeste, por exemplo,
falou sobre “Novas tendências para a Indústria Gráfica e como inovar, reduzir, custos
e agregar valor para a marca agregando processos e produtos mais sustentáveis” e
afirmou, entre outros assuntos: “As empresas devem procurar processos sustentáveis,
parceiros leais e cobrar o preço justo, pois sem lucro nenhuma empresa sobrevive.”
Marcos Marcello, diretor de marketing da Prolam, foi enfático: “É preciso acreditar que
dá para inovar, que é possível apresentar algo novo que
não necessariamente tenha o apelo da redução de preço.
Temos de sair dessa situação única de preço. E pior, preço
baixo. Temos de olhar para produtos que tenham valor de
venda mais interessante. Temos de quebrar paradigmas;
preço baixo não leva ninguém a lugar nenhum. Há novos
caminhos e produtos que contribuem para o negócio.
Podemos catequizar a tribo de uma maneira consistente.
Produto com maior valor agregado, sendo confiável, é
aceito e não estamos falando de mentiras.”
Salvador Sindona, customer business development
da Alphaprint, apresentou o tema “Oportunidades de
negócios lucrativos na era digital brasileira: desafios
atuais, tendências de mercado, inteligência competitiva
e proposta de soluções”. E foi o profissional do segmento
que abordou a questão do valor agregado: “Não podemos
fechar os olhos para a segmentação; os trabalhos não
estão sumindo, estão se segmentando. Tem muita
gente que ainda compra equipamento gráfico pensando
exclusivamente em preço. A digitalização e a expansão do
consumo levam à diferenciação. Todo cliente é sensível a
preço quando está tudo igual. Em artes gráficas é preciso
pensar quais produtos no futuro poderão ser substituídos
e quem vende digital tem de usar o marketing.”
É justo lembrarmos que não há na região – o que existe
está sucateado – centros de capacitação de mão de obra.
Não há lugar para um jovemaprender o ofício de impressor
ou como trabalhar na pré-impressão e no acabamento.
Enfim, temos de juntar um bico com dez unhas com
quatro patas e trinta dentes. Assim, o valente dos valentes
ainda vai te respeitar.
Saudações Graphprintenses!
Fábio Sabbag