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Panorama
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sondagem. Das empresas pesquisadas,
15,28% estão investindo em projetos e
programas socioambientais; 15,28%,
em tratamento de efluentes; 8,33%, na
obtenção de certificações de qualidade
e de sustentabilidade, como o selo FSC
(Forest Stewardship Council – FSC); e
6,94%, em avanço tecnológico.
O investimento em inovações também
será uma tônica nos planos das empre-
sas até 2015. Segundo a Sondagem Se-
torial da ABTCP, há inovações previstas
em produtos, embalagens, processos,
serviços de assistência técnica, energia
limpa e processos sustentáveis.
Mesmo assim, cenário
(positivo) ainda enfrenta
desafios
Especialistas destacam necessidade
de se corrigir problemas como carga
tributária elevada, defasagem cambial
e gargalos de infraestrutura. Impostos
representam 48% do faturamento bruto
do setor.
A perspectiva de retomada de investi-
mentos no setor de celulose e papel deu
o tom otimista na abertura do ABTCP-
TAPPI 2010 – 43º Congresso e Exposição
Internacional de Celulose e Papel que
contou com a presença de representan-
tes das principais empresas deste mer-
cado e mais de 150 expositores.
Durante o evento, promovido pela Asso-
ciação Brasileira Técnica de Celulose e
Papel (ABTCP), os especialistas do setor
confirmaram as projeções de investi-
mentos de US$ 20 bilhões até 2020, se-
gundo estimativa da Bracelpa (Associa-
ção Brasileira de Celulose e Papel), mas
alertaram para a necessidade de se re-
duzir a carga tributária sobre a atividade,
ajustar o câmbio e eliminar os gargalos
da infraestrutura e da logística do País.
Dos US$ 20 bilhões previstos para inves-
timento até 2020, US$ 3,4 bilhões são os
impostos a serem pagos pelo setor, se-
gundo estimativa apresentada por Carlos
Farinha e Silva, vice-presi-
dente da Pöyry Tecnologia e
membro do conselho da AB-
TCP. Ele explicou que a carga
tributária representa de 10%
a 15% do valor investido pela
indústria, a qual arca com 85
impostos, que representam
até 48% do faturamento bru-
to das empresas.
Mesmo com o elevado “custo
Brasil”, decorrente também
da ineficiência nos modais
de transporte e gargalos nos
portos e ferrovias e da forte
valorização do real em rela-
ção ao dólar, o País se man-
tém competitivo. Segundo Simone Nagai, diretora de relações corporativas da Bracelpa,
isso se deve ao clima e ao solo favoráveis para a produção de eucalipto de fibra curta, à
mão de obra altamente qualificada, aos avanços tecnológicos – tanto na área industrial
quanto de florestas – e à matéria-prima de alta qualidade, entre outros pontos.
A força da indústria brasileira de celulose e papel é evidente nos números do setor.
O Brasil é o 4º maior produtor mundial de celulose, devendo expandir sua produção
em 3,7% este ano e atingir
14 milhões de toneladas.
No segmento de papel, é o
9º maior, com 9,5 milhões
de toneladas previstas em
2010, com um incremento
de 3,5% em relação a 2009.
Para 2020, o setor prevê
um aumento de 57% na
produção de celulose, para
o patamar de 22 milhões
de toneladas, e de 34% no
papel, para 12,7 milhões de
toneladas.
Atualmente o setor conta
com 222 empresas, que ge-
ram 115 mil empregos dire-
tos e 575 mil indiretos. Suas
florestas plantadas somam
7 milhões de hectares, das
quais 2,2 milhões são para
uso industrial; 2 milhões
de hectares de área certifi-
cada e 2,9 milhões de áreas
preservadas.