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ENTREVISTA
GRAPHPRINT NOV/10
Um varejista, por exemplo, demanda uma impressão de um
milhão de exemplares em 48 horas.
Revista Graphprint: As diferenças entre os mercados se resu-
mem apenas em volume de impressão?
Jacomine: Não; há a logística, pois fazemos também a distri-
buição nacional dos produtos. Entregamos em todos os pon-
tos de venda. O processo é bem dinâmico. O cliente fecha o
arquivo e 72 horas depois precisa do produto pronto, além de
saber os pontos que já receberam os impressos.
Revista Graphprint: E a impressão digital?
Jacomine: A vocação, ou a nossa tendência, estabelecida pe-
los acionistas é atender grandes volumes. É óbvio que pre-
cisamos ter gráficas grandes para atender grandes clientes,
por que há questões de prazo, logística e estrutura. A questão
da impressão digital talvez esteja sendo mais bem discutida
entre as empresas de máquina plana. Então, se me pergun-
tarem se faz falta a impressão digital para a Plural, digo que
não. Ao mesmo tempo não acho prudente deixar de olhar, pois
a própria Plural vai se completando. Por isso, estamos em
processo de finalização de um plano de investimento na im-
pressão digital. É pouca coisa se comparado ao investimento
que destinamos à impressão rotativa, mas, pensaremos, sim,
na impressão digital como condição complementar. Não po-
demos dizer não ao cliente. O que muito nos interessa é o
mercado de dados variáveis. Como o segmento de dados va-
riáveis ainda é muito incipiente no Brasil, e envolve questões
de segurança, entraremos profundamente nele.
Revista Graphprint: Por falar em segurança...
Jacomine: É, acabei dando um bom gancho para a pergunta
que todos querem saber a resposta. É inegável que houve
um roubo dentro das dependências da Plural. Esse é o nosso
maior vínculo. Deixo claro que na ocasião a Plural foi contrata-
da para imprimir a prova, e ponto final. Por isso, a imprimimos
e a entregamos, pois ela tinha a capa personalizada, com o
nome do aluno. Imagine 10 milhões de provas personalizadas
com capa sendo impressas em outro local. Havia um consór-
cio que respondia pelo exame junto ao Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Ao consórcio coube
a tarefa de contratar as empresas, pois não era só a Plural
que iria imprimir. Toda a parte administrativa, ou seja, os car-
tões e a lista de presença, foi feita por uma gráfica que o
consórcio contratou. Friso novamente que a capa foi impressa
por outra gráfica contratada pelo consórcio e a impressão da
prova ficou a nosso cargo.
A obrigação da Plural era entregar as provas impressas em
caixas lacradas, e a Plural cumpriu seu compromisso; entre-
gamos as provas e o consórcio começou a atrasar a entrega
das capas, pois na época começou a surgir um problema de
distância, ou seja, os candidatos se inscreviam em determi-
nado local, mas tinham que se locomover por cerca de 200
quilômetros para fazer a prova. Quando isso foi percebido,
“A Plural também montou uma estratégia,
que julgo interessante, na medida em
que decidiu atuar em vários mercados
distintos simultaneamente. O primeiro
é o mercado de varejo. A Plural mirou
esse mercado e fez uma aposta certa
e importante também, pois quando se
avaliam as diferenças entre mercado
editorial, varejo e de catálogos é possível
perceber diferentes dinâmicas.”