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O papel da impressão -
Reportagem especial
GRAPHPRINT SET/10
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uso de QR Codes e Realidade Aumentada, por exemplo.
Essas tecnologias podem reduzir o uso abundante do
papel, deixando o volume de informação para o formato
digital, mas informando o cliente pela forma impressa
no primeiro impacto. Mais uma vez, fala-se de impres-
são inteligente, com tiragens cada vez menores e para
públicos específicos. Empresas símbolo de tecnologia,
como Google e Apple, por exemplo, fazem uso da mídia
impressa para divulgar seus produtos.”
Relação predatória?
Que a impressão digital viabilizou tiragens, com qualida-
de quase idêntica à impressão offset, ninguém discorda.
No âmbito digital o lançamento de livros não onera de-
masiadamente as editoras, por exemplo. Pois bem, não
seria a própria indústria gráfica, promotora da impressão
digital, sua própria predadora? “Não. A indústria gráfica
se atualiza e se prepara para tratar de um mercado que
muitas vezes não tinha acesso. Pequenas tiragens e per-
sonalização geram negócios antes não captados. Além
do que, a personalização permite cobrança diferenciada
e o cliente aceita pagar por isso”, conta Serralheiro.
Não, também pronuncia Mortara: “As editoras têm ago-
ra a possibilidade de lançar muito mais títulos com o
sistema sob demanda. Além disso, podem reimprimir
quando quiserem e relançar livros esgotados na quan-
tidade que precisarem. Acabaram-se os estoques que,
na verdade, geravam prejuízo à editora e que por isso
optavam em não investir em novas obras e lançamentos.
Isso nos atingia por tabela. A impressão digital vem dar
fôlego ao setor editorial, que pode controlar melhor suas
demandas. Trata-se de uma ação inteligente do merca-
do.” Na opinião do vice-presidente da Prol, a indústria
gráfica precisa caminhar ao ritmo dos leitores: “Eles é
que determinam, e a capacidade de adaptação da Prol é
o nosso melhor trunfo. A impressão digital talvez seja o
melhor dos dois mundos, o virtual e o real. O varejo não
é quem decide se o leitor quer o livro numa plataforma
digital ou impresso, a decisão será do leitor, sempre.”
Não, não e, definitivamente, não. “Não, pelo contrário.
Usa-se o papel de forma cada vez mais adaptada às
realidades das empresas e de seus consumidores. Um
modelo de autopublicação online, como o agBook, por
exemplo, possibilita que o autor atualize constantemen-
te sua obra. Isto não é possível no mercado editorial
convencional, onde é preciso vender o estoque antes
de produzir novas edições, com tiragens altas e custos
elevados de distribuição, sem contar o risco de encalhe
do material”, diz o vice-presidente internacional da Al-
phaGraphics.
Para Anderson Chaves, diretor geral de vendas da Kodak
do Brasil, a miríade de opções impacta positivamente a
indústria gráfica. “A impressão digital teve um impacto
positivo na indústria gráfica e em outras indústrias que
prestam serviços impressos de marketing. A tecnologia
digital dá – além de possibilitar tiragens pequenas, redu-
ção de desperdício e eficiência na cadeia de suprimentos
para editoras – a oportunidade de viabilizar maior retorno
em relação aos custos de marketing e publicidade, pois
oferece conteúdo personalizado de alta qualidade, ao
contrário do marketing de massa. O marketing persona-
lizado utiliza todas as ferramentas disponíveis para criar
campanhas eficientes. O uso da internet, da impressão,
da televisão e de mídias sociais é a mistura que viabiliza
o melhor dos veículos de comunicação, bem como do re-
lacionamento com o cliente. Especialmente em relação
aos livros, a publicidade online geralmente leva a um
impresso, uma vez que livros podem efetivamente ser
reimpressos e distribuídos. A oportunidade, com os li-
vros personalizados, cresce, trazendo ao mercado explo-
são da demanda por livros deste tipo. A Kodak enxerga
o advento da nova tecnologia como um facilitador e não
como uma ameaça. A habilidade da impressão digital de
Rodrigo Abreu, vice-presidente internacional da
AlphaGraphics