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ARTIGO
GRAPHPRINT AGO/10
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Lembro-me de que em março, citei em meu artigo, Albert Einstein, de cuja filosofia
sou um grande adepto. Entre outras geniais “tiradas”, ele comentou certa vez: “Para
mim, os homens caminham pela face da terra em fila indiana. Cada um carregando
uma sacola na frente e outra atrás. Na sacola da frente, nós colocamos as nossas
qualidades. Na sacola de trás, guardamos os nossos defeitos. Por isso, durante a jor-
nada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos presas em nos-
so peito. Ao mesmo tempo, reparamos impiedosamente nas costas do companheiro
que está adiante, todos os defeitos que ele possui. E nos julgamos melhores que ele,
sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a
nosso respeito”.
Com este “Leitmotiv”, gostaria de falar um pouco hoje, a respeito dos controles que
fazemos (ou não) em nossa gráfica. Por que algumas gráficas se desenvolvem com
tanta firmeza e conseguem penetração no mercado, preços de venda compatíveis
com alguns de seus concorrentes, qualidade assegurada de seus impressos e suces-
so em sua rentabilidade? A grande maioria das gráficas brasileiras (principalmente
as pequenas empresas) faz o controle necessário para cumprir a lei, ou seja, fazem a
sua contabilidade. E assim mesmo, contratam um contador, ao qual pagam mensal-
mente, porém não se preocupam em controlar mensalmente o seu balancete, pois o
contador não entrega este balancete mensalmente, embora cobre destas empresas
a sua mensalidade. É muito comum um empresário pensar que tem a contabilidade
porque é obrigado a atender ao fisco. É um erro primário, pois esta é apenas uma de
suas atribuições. É o departamento que guarda todas as operações econômicas e
financeiras da empresa, verdadeiras ferramentas gerenciais para uso em todas as
áreas: marketing, desenvolvimento de produtos, produção, vendas, finanças, admi-
nistração, recursos humanos, comercial etc.
Os custos são “chutados” e o orçamento dado ao cliente, nem sempre representa a
realidade do que será feito, pois a gráfica faz este pré-cálculo na “unha”. Temos uma
série de ótimas empresas de sistemas de informação no mercado, com programas
parciais ou totais para todos os bolsos do empresário. É evidente que não poderemos
exigir da empresa de programas de gestão milagres a custo baixo, pois o investi-
mento em tecnologia, pessoal de TI, treinamento e assistência técnica têm um custo.
Além disso, muitos programas têm que ser customizados, em função da especiali-
dade da gráfica. Não podemos utilizar o mesmo programa para uma gráfica digital,
calculando trabalhos de embalagem em rotativas flexográficas ou em embalagens
em papel cartão ou ainda em trabalhos editoriais, que se utilizam de equipamentos
e tecnologias diferenciadas. Empresas como Calcgraf, Ecalc, Metrics, Zênite, Bre-
men e outras, podem contribuir muito para não só controlar seus custos e elaborar
o orçamento, mas igualmente fazer todo o trabalho de Planejamento de Produção,
Relatórios da área de produção, vendas com sistemas de CRM, além de integrar tudo
isso na área de faturamento e contabilidade.
Controlar sua gráfica
é a arma do negócio!
Por Thomaz Caspary *
Para gráficas maiores, temos necessariamente que encarar
hoje sistemas de controle embutidos na sistemática de GMP
(Boas Práticas de Fabricação) e TQM (Gestão de Qualidade
Total). As gráficas maiores que não se adaptarem a essas
tecnologias que não podemos mais chamar de “novas”, cer-
tamente não irão decolar. Voltando às sacolas de Einstein que
descrevemos no início deste artigo, estamos sendo “força-
dos” pelo mercado a enxergar a sacola da frente de nossos
concorrentes, e avançar não só nos controles numéricos de
nossas atividades, como também nos controles técnicos, em
todas as áreas de pré-impressão, impressão e acabamento.
Um consultor de empresas, ou “coach”, certamente irá que-
rer introduzir uma série de novidades em sua gráfica. Infeliz-
mente, caro amigo gráfico, é o seu futuro! Mudança é proces-
so, e isso incomoda as pessoas que não querem sair da sua
área de conforto. Todas essas questões devem ser trabalha-
das antes do início do processo. Costuma-se elaborar com os
envolvidos um “contrato”, ou seja, estabelecem-se as regras
do processo, onde estas questões são colocadas com clare-
za e objetividade, sendo oportuno alinhar as expectativas e
estabelecer um clima de confiança. Quando essas questões
são trabalhadas de forma adequada, tudo isto é ameniza-
do. Transformar a “ameaça” da mudança em oportunidade
é concluir que todas essas “novidades” podem beneficiar a
empresa, e aí o dono da gráfica diminui as suas defesas e en-
tra no processo acelerando a solução dos problemas enfren-
tados no dia a dia, sejam numéricos (rentabilidade), sejam de
mercado (mais vendas) ou mesmo da qualidade do serviço
que divulga a gráfica no mercado.
Todos os controles de sua gráfica são de grande importância,
para que nada escape de sua atenção. Por essa razão, os re-
latórios de Custos, Vendas, Produção, com ênfase nas horas
improdutivas, perda de material e velocidade de trabalho, são
importantíssimos.
Só uma perguntinha: “Você já fez o pós-cálculo dos impres-
sos que entregou hoje”? Deu lucro ou prejuízo? Pense bem e
não fique olhando a sacola que está nas costas de seu con-
corrente. Boa sorte!